Hora do Gráfico – ABEV3, Renda Fixa dentro da Variável

 | 05.07.2017 05:05

Quem trabalha com gestão de carteira tem uma superstição que diz “Se você for montar uma carteira de renda variável, sempre coloque papéis de renda fixa”.

Contraditório? Sim, mas eu explico. O medo de qualquer gestor de carteira é acordar pela manhã, tomar seu café e ao ligar seu televisor estar lá uma notícia do tipo “Presidente T é flagrado com milhões na cueca dados pelo presidente da empresa FriVaca”.

Brincadeiras à parte, quando uma notícia devastadora como essa vem à tona, pode ter certeza que terá muito gestor saindo correndo de casa para chegar ao trabalho mais cedo e tentar conter a crise que será o mercado naquele dia. E não adianta, essas notícias conhecidas no jargão do mercado como cisnes negros são sempre imprevisíveis (à exceção daqueles que tem informação privilegiada) e causam grandes prejuízos à carteira de quase todos os fundos expostos às bolsas de valores.

Mas então como diminuir o risco de ter um resultado contaminado por grandes movimentos de correção na bolsa? Será que isso é possível? Antes de entendermos como evitar tais riscos, vamos entender o que de fato é risco:

Do dicionário, risco é “Probabilidade de prejuízo ou de insucesso em determinado empreendimento, projeto, coisa etc. em razão de acontecimento incerto, que independe da vontade dos envolvidos”. Posto dessa forma podemos entender que risco é a probabilidade de eventos inesperados frustrar nossas previsões. Já no mercado financeiro, quando falamos de risco, podemos dividi-lo em dois grandes grupos:

a) Risco Sistêmico: o risco sistêmico é aquele que afeta o mercado como um todo e poucos (ou nenhum) ativos conseguem não sofrer com a interferência deste evento. Dentre eles: escândalos políticos, problemas econômicos de um país, problemas conjunturais e etc..

b) Risco Não-Sistêmico:
afeta apenas algum setor, grupo de empresas ou uma companhia em específico. Tendem a ser de menor proporção, mas podem de uma única vez acabar com todas as empresas ou segmentos envolvidos. Exemplos recentes:

- Ingerência política: afetou empresas públicas.
- Crise das commodities: afetou empresas que trabalham com commodities (SA:PETR4), (SA:VALE5), (SA:USIM5)).
- Escândalo da “Carne Fraca”: afetou empresas do setor frigorífico.

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Dessa forma, dependendo do tipo de carteira que eu vou montar (mais arriscada, menos agressiva) eu vou distribuir meu capital no percentual exato de ativos dos quais eu estou disposto a correr seu risco.

Mas, voltando ao tema principal desse artigo, quais papéis eu colocaria em uma carteira que quer sofrer o menor impacto possível dos eventos citados acima e ainda me trouxesse alguma rentabilidade? Pois bem, eu possuo a disposição algumas boas empresas que ao longo das próximas semanas vou compartilhar com vocês, sendo a primeira delas a nacionalmente conhecida AMBEV.

AMBEV – Só no passo do elefantinho.

A (SA:ABEV3) é um daqueles papéis que cai bolsa, sobe bolsa e ela está lá, “Pasito a pasito, suave suavecito”, sempre na sua subida constante sem se preocupar em disparar com movimentos agressivos para cima, o que lhe ajuda a maneirar também nas descidas absurdas que nós vemos alguns papéis darem (TCNO4 (SA:TCNO4) + 100% em um dia, -60% no outro).

Veja seu gráfico (gráfico já ajustado após Split em 2013):