Incertezas em Demasia Fragilizam Projeções

 | 13.06.2016 14:03

Ainda estamos em meados do 6º mês do ano e incertezas as mais diversas permeiam um cenário nebuloso de efetivas perspectivas, e este quadro torna muito frágeis as projeções que vem sendo propagadas.

Ademais, o tempo é o grande opositor do governo transitório que em termos concretos ainda não evoluiu, salvo nas manifestações de anseios que, contudo, precisam ser transformados em propostas concretas viáveis.

A criação de um teto para os gastos públicos será proposta por uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) será no fundo um propósito ambicioso se observarmos o que foi feito da Lei de Responsabilidade Fiscal, tendo em vista que a gestão de dispêndios é desafiadora e envolve em sí a tentação de descumprimento por “jeitinhos brasileiros”.

Considerando o pouco tempo que o governo transitório tem para evidenciar viabilização, votá-la até julho nos parece um prazo já tardio.

Por outro lado, o ritmo que o governo federal está seguindo neste ano mostra uma forte expansão de 11,5% sobre 2015 e deve alcançar novo recorde, segundo o Estadão, e não podemos deixar de considerar este como um fator de pressão opositora à PEC e ao seu fiel cumprimento, sem que ocorram acomodações criticáveis.

Há quem veja qualidade ruim na comunicação do governo transitório de Temer e que dá margem a críticas da Presidenta em processo de impeachment, Dilma Rousseff.

Não se espera que o governo encontre forte unanimidade em suas pretensões sujeitas a aprovação política, aqui deve haver divergências que podem protelar aprovações, e mutilar em parte a essência das propostas.

Afora isto, prevalece no entorno deste contexto um conflituoso ambiente político desgastado pelas questões judiciais atingindo figuras de relevância, em especial, do PMDB.

A muito de incertezas, por isso consideramos que as projeções lançadas neste momento são ainda carentes de sustentabilidade fundamentada.

O Boletim FOCUS, considerado fonte maior das projeções, naturalmente tem percepção bastante reduzida para o final do ano, ante tantas incertezas e o país ainda completando o 6º mês do ano eivado de incertezas.

Pressupostos existem em demasia, grande parte suportado por anseios do que por realidades concretas e factíveis a partir de fundamentos.

Abaixe o App
Junte-se aos milhões de investidores que usam o app do Investing.com para ficar por dentro do mercado financeiro mundial!
Baixar Agora

A inflação (IPCA) projetada agora em 7,19%, antes 7,12%, não arrefece com a intensidade esperada face à forte recessão que assola o país. Os indicadores mais recentes individualizados têm evidenciado inflação aquecida e resistente.

O preço da moeda americana parece baixo frente aos inúmeros vetores mensuráveis de fluxos atuais. Há uma grande parcela de analistas que imagina que o país intensifique a atratividade de investidores estrangeiros, mas acreditamos que este retorno será muito cauteloso quando ocorrer e altamente dependente de sinais contundentes de retomada da atividade econômica. No nosso entender a inflexão do quadro atual ainda demandará tempo, e a tendência de elevação do juro americano, ainda que gradual, será um fator negativo para o Brasil.

O governo poderá, caso não consiga motivar o setor produtivo no curto prazo, utilizar o dólar com preço mais calibrado e compatível com a realidade econômica do país como fator motivador e estimulante, gerando maior competitividade externa do produto nacional exportável e contendo as importações, em especial de produtos acabados, contendo a concorrência ao produto nacional.

Esta é uma janela possível focando a retomada da atividade econômica, quebrando o ímpeto do desemprego, da queda de renda e consumo.

É bem possível que o preço debilitado da moeda americana no nosso mercado se preste, no momento, a conter pressão maior inflacionária e ganhos na liquidação dos swaps cambiais, evitando assim a expansão do déficit fiscal, mas o governo poderá ter que realizar a “Escolha de Sofia” ou esta situação ou dinamizar a economia.

Então este quadro mudaria de forma mais rápida por esta é uma característica do preço da moeda americana na economia.

Fatos concretos como a queda do PIB e da produção industrial poderiam ser mais rapidamente revertidos parcialmente.

É bastante insegura a pretensão de ter-se saldo positivo da balança comercial como projetado em US$ 50,5 bilhões se mantido o preço da moeda americana nos níveis atuais.

E a Selic a 12,50% ou 13,00% será consequente do contexto que for se definindo.

Dois aspectos relevantes continuam pontuando nossas observações, além das demais:

- Com tantas incertezas as projeções que vem sendo postas tem a marca da fragilidade;

- O ajuste do preço da moeda americana poderá ser a alternativa mais imediata para a retomada da atividade econômica, até porque os fluxos de recursos estrangeiros em termos líquidos serem negativos na atualidade, com baixa propensão a alteração de curso, e o país precisar manter suas reservas cambiais, já em parte comprometidas com as “posições vendidas” dos bancos, que vem assegurando a liquidez do mercado a vista de câmbio.

Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.

Sair
Tem certeza de que deseja sair?
NãoSim
CancelarSim
Salvando Alterações