Inflação dos EUA: Mercado azedou e crescem apostas de alta de 1 p.p. nos juros

 | 13.09.2022 13:13

A leitura do IPC, o índice de preços ao consumidor dos EUA, não agradou o mercado que esperava uma deflação em agosto e uma desaceleração maior na taxa acumulada de 12 meses, com leitura de 8,3% ante expectativa de 8,1%. 

Após a divulgação, os principais índices das bolsas americanas entraram em território negativo,  enquanto o VIX, conhecido como o índice do medo, ganhou mais de 6% e o dólar, mensurado pelo DXY, se fortaleceu. 

O motivo para o cenário descrito acima está na mudança das expectativas do mercado quanto aos próximos passos do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, para a decisão dos juros. Juros mais altos desfavorecem o mercado de ações, favorecendo o mercado de títulos públicos e, consequentemente, fortalece a moeda americana, levando a maiores pressões de desvalorização para moedas de economias emergentes, como o real. 

Para entender melhor as expectativas do mercado quanto à política monetária dos EUA, ontem, o Monitor da Taxa de Juros do Federal Reserve do Investing.com mostrava uma probabilidade de 89% para a alta de 0,75 ponto percentual (p.p.) e de 11% para 0,50 p.p para a reunião do Fed que acontece na próxima semana. 

Contudo, após a divulgação do IPC o cenário mudou drasticamente: agora, saiu de cena apostas para alta de meio ponto percentual e cresceu a expectativa de um aumento de 1 ponto percentual, que enaltece um cenário de taxa de juros nos EUA de 4% no fim do ano. Embora as chances de aumentar 75 pontos-base se mantêm majoritária, a probabilidade de alta de 100 pontos-base chegou a 23%.