IPO de G2D Investimentos (G2DI33): Cadê o Iate do Acionista?

 | 02.06.2021 15:12

Um spin-off de GP Investments

A G2D Investimentos (SA:G2DI33)) é um braço da GP Investments Limited (SA:GPIV33), que fez IPO no dia 1º de junho de 2006.

A G2D é uma gestora de fundos de capital de risco (Venture Capital), criada em julho de 2020 (sem histórico) para fazer IPO de um pedaço das participações que a GP Investments (fundo de Private Equity) possui.

Sim, é complicado.

O grande chamariz da oferta é a participação de G2D no Mercado Bitcoin.

Com uma enormidade de jargões financeiros e mais inglês (desnecessário) que português, é complicadíssimo entender o negócio e os resultados de G2D.

Ainda não conseguimos conversar com a empresa, mas a percepção é que a companhia tenta se esconder atrás da complexidade para confundir o investidor.

Mas tentaremos desatar esse novelo de lã.

Vamos começar do começo.

O Banco Garantia e a GP/h2

Tudo começou com a criação da pequena corretora Garantia que, na época áurea dos bancos de investimento, tornou-se o maior ícone das finanças do Brasil.

O Banco Garantia era o Goldman Sachs (NYSE:GS) (SA:GSGI34) do Brasil.

O Garantia ganhava tanto dinheiro (sério!) que decidiu reinvestir esse capital em participações em empresas – tudo com o objetivo de impedir que seus funcionários ficassem ricos demais cedo demais (e se aposentassem).

Sim, é sério. E está tudo explicadinho no ótimo livro "Sonho Grande".

Era criado o embrião da GP Investments.

Com participações enormes em empresas, começou uma nova época de investimentos do Garantia – e alguns dos melhores gestores do banco migraram para as companhias investidas.

Sem o "olho do dono", a ganância no Garantia ficou grande demais e o banco (quase quebrado) foi vendido ao Credit Suisse (SIX:CSGN) (SA:C1SU34) em 1998.

Jorge Paulo Lemann, fundador do Garantia (e vários de seus sócios), tornou-se uma lenda viva no mercado empresarial brasileiro (e global), apesar de recentemente ter sofrido diversos contratempos (Kraft-Heinz).

O Garantia fez muitos milionários e bilionários no Brasil, que ainda lotam os conselhos das empresas (e os campos de golfe) Brasil afora.

Contudo, apesar do pedigree campeão, a GP nunca fez jus à sua linhagem.

h2 O Capital de Risco (PE e VC)/h2
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Empresas que ainda não possuem tamanho para abrir capital em bolsa via IPOs buscam capital para se financiar nos fundos de Private Equity (Capital Privado ou PE).

Esses fundos de Capital de Risco são chamados de Venture Capital (VC), quando o negócio ainda é pouco mais que um empreendedor com uma ideia.

O conceito é simples: o investidor coloca dinheiro em risco apostando que as empresas crescerão e seu dinheiro se multiplicará.

Mas o risco é alto. Nos fundos de capital de risco, as estatísticas (que obviamente variam demais) dizem que a cada 20 investimentos, apenas 1 dá certo.

Se assumirmos que a estatística está correta, o investidor precisa que os investimentos que funcionam se multipliquem por 20x para, ainda assim, ficar no zero a zero.

A promessa dos fundos de investimentos em PE e VC é que grandes acertos pagam pelos erros. Uma Apple (NASDAQ:AAPL) (SA:AAPL34), Google (NASDAQ:GOOGL) (SA:GOGL34), Mosaico (SA:MOSI3), Méliuz (SA:CASH3)… pagam pelas empresas que ficam pelo caminho.

h2 Encontrando a próxima Apple/h2

O conceito dos fundos de PE e VC é ótimo, porém a GP Investments ainda não mostrou a que veio.