Isso Também Vai Passar

 | 05.07.2022 14:17

Em uma mesa-redonda entre ícones do cinema como Robert De Niro e Tom Hanks, o apresentador pergunta aos atores qual conselho dariam às suas versões mais jovens. A resposta de Tom Hanks é memorável:

“Eu gostaria de ter entendido, desde o início, que tudo passa. Você se sente mal agora, sente raiva, ansiedade? Isso vai passar. Você se sente ótimo, sente que sabe todas as respostas, que todo mundo finalmente te entende? Isso também vai passar.”

A nossa humanidade nos convida, quase diariamente, a extrapolar o que vivemos hoje para o futuro – e não seria diferente com os investimentos. Se o clima é de otimismo, tendemos a achar que vai durar para sempre. Se é de pessimismo, como o que vivemos atualmente, é difícil enxergar uma saída. Essa tendência, de projetar o futuro com base no que vemos hoje, encaixa no chamado viés da disponibilidade: ao fazer previsões, nos apoiamos na memória mais fácil de lembrar.

Como Tom Hanks sabiamente disse, entretanto, tudo passa. Dificilmente ficaremos nesse extremo para sempre. Os mercados, guiados pelo sentimento dos investidores, movem-se em pêndulo, alternando-se eternamente entre os extremos: euforia e depressão. Conforme o movimento harmônico simples estudado na física, o pêndulo está apenas de passagem por cada uma das suas posições. A única certeza é que ele continuará se movendo.