Juro Alto Aumenta Apetite Por Ativos de Crédito Privado

 | 10.06.2022 15:58

A disparada da inflação causou uma virada rápida na Selic e os juros saíram de +2 por cento ao ano para +12,75 por cento ao ano. Com isso, ativos de renda fixa, que ficaram de escanteio no alto da pandemia, voltaram à cena com retornos graúdos.
 
Um levantamento feito pelo buscador de investimentos Yubb mostrou que, em maio deste ano, os ativos mais procurados na plataforma foram os Certificados de Depósito Bancário (CDBs). Em seguida, aparecem os títulos públicos negociados no Tesouro Direto e os títulos de renda fixa como as Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio (LCIs e LCAs).
 
As oportunidades em títulos de crédito privado, em que o investidor "empresta dinheiro" para uma empresa ou instituição financeira, também são uma boa alternativa.
 
Para quem ainda não está seguro sobre a escolha dos títulos, é melhor investir por meio dos fundos de investimentos de crédito privado.
 
Essas aplicações podem ser interessantes porque oferecem uma carteira de crédito pulverizada (de diversos devedores), oferecendo uma pulverização mais interessante do que ter o capital alocado em um título específico.
h2 O prazo de resgate é uma preocupação para os fundos de crédito?/h2

A seleção dos fundos de investimento envolve a análise dos integrantes das equipes, o tempo da gestora, a experiência dos gestores, entre outros pontos quantitativos e qualitativos. 

 
No entanto, se estamos falando de fundos de crédito, o prazo de resgate é algo que deve ser verificado com atenção.
 
É comum encontrar  no mercado fundos de crédito privado que possuem prazos de resgate que são “D+0”, “D+1” ou “D+5”. Se o fundo é “D+1”, por exemplo, isso significa que o investidor vai receber o dinheiro em 1 dia útil. O problema é que a liquidez curta pode causar muitos prejuízos à rentabilidade do fundo caso ocorra um alto volume de resgates no período.
 
Se houver muito saque, o fundo pode ser obrigado a vender as posições a qualquer preço —  e isso consequentemente terá impacto na rentabilidade.
 
Observamos isso acontecer em 2020, durante os meses da pandemia, por exemplo, quando ocorreu um descasamento entre ativo (carteira) e passivo (cotistas). O temor com o cenário econômico levou a uma onda de resgates no segmento e obrigou os gestores a saírem de suas posições para fazer frente aos pedidos de resgate em fundo.
 
Para o investidor que entrou pouco antes da pandemia, em dezembro de 2019, o retorno total do investimento tem sido, grosso modo, 104 por cento do CDI após quase 2 anos e meio — tendo ficado abaixo do CDI por dois anos consecutivos.