Juros e Inflação: Querer Não é Poder no Mercado

 | 27.05.2022 14:10

Na quarta-feira, dia 25, foi oficialmente o fim das minhas férias. Peguei uma semana e meia e fui viajar com o meu marido para comemorar nossos 7 anos de casados.

Fizemos um passeio muito romântico nas ilhas gregas, regado a muito vinho, azeite, yogurt e mel.

A viagem foi maravilhosa. Ruim foi ter que voltar.

Eu queria mesmo era decretar que, a partir daquele momento, só trabalharia online, com reuniões com vista para o Mediterrâneo.

Mas você bem sabe, querer não é poder. Tanto me faltam os recursos quanto a disponibilidade de tempo.

Adoramos pensar no mundo ideal e como gostaríamos que as coisas fossem ou como elas deveriam ser. Mas a realidade vem um abismo depois e não deixa que nós nos enganemos.

Aposto que você, investidor, gostaria que suas ações só subissem. Ou que sua renda fixa não tivesse marcação a mercado. Ou que seus fundos imobiliários sempre refletissem o valor justo dos imóveis. Ou que os gestores dos seus fundos nunca errassem.

Mas tanto no mercado quanto na vida, querer não é poder.

Tem um tal de Banco Central, por exemplo, que está louco para parar o ciclo de alta da Selic. O sonho é antigo e os argumentos são todos válidos.

“Já subimos muito; os efeitos são defasados; os choques são temporários”... e por aí vai.

Eis que chega um dado de inflação e mostra para o BC que ele não deveria ter vontades, mas apenas seguir o regime de metas.

O último IPCA-15 mostrou uma alta de +0,59 por cento, enquanto o mercado esperava uma alta de +0,45. A surpresa negativa ficou longe de ser a pior notícia.

O número por dentro foi realmente ruim. Ou seja, mesmo quando retiramos os índices mais voláteis e menos impactados pela política monetária, a coisa está feia.