Lista de Focos de Tensão na Economia, Sanitária e Política é Crescente

 | 04.12.2020 07:18

Problemas na cadeia de suprimentos para a produção de doses da vacina da Pfizer (NYSE:PFE) (SA:PFIZ34), lockdown na Califórnia por causa da pandemia, ritmo aquém do esperado na retomada da economia brasileira, disputas políticas na eleição no Congresso. É crescente a lista de focos de tensão a serem acompanhados pelo mercado financeiro, mas nenhum deles têm sido capaz de interromper o apetite dos investidores por risco, em meio à farta liquidez.

Os ativos globais permanecem em níveis recordes de alta, antecipando a expectativa de forte recuperação econômica global no ano que vem, sustentada por estímulos monetários e fiscais adicionais nos Estados Unidos. Uma proposta bipartidária aumenta as chances de um novo pacote antes do fim do ano, ao passo que o Federal Reserve pode voltar a agir na última reunião de 2020, em meados deste mês.

Aqui no Brasil, o “decepcionante” crescimento de 7,7% do PIB no confronto trimestral combinado com a perspectiva de fim do auxílio emergencial do governo trouxe dúvidas sobre a sustentabilidade da melhora da atividade, diante do número alarmante de 25% da população sem emprego, ao mesmo tempo em que favorece a manutenção dos juros baixos (Selic) por um período maior. Mas é o rigor fiscal o que mais preocupa.

A “jabuticaba brasileira” proposta pelo ministro Paulo Guedes (Economia) como meta para as contas públicas em 2021 transformou-se em uma nova ameaça fiscal, gerando críticas do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. O governo se propõe em economizar a diferença entre as receitas e despesas necessária para respeitar o “teto dos gastos”. Não há, portanto, nenhuma proposta de contingenciamento, que fica condicionado à arrecadação.

Diante disso, os negócios locais monitoram a possibilidade ventilada pela Suprema Corte (STF), de permitir a reeleição dos presidentes da Câmara e do Senado, viabilizando a permanência de Maia, o que pode trazer problemas ao Executivo, e também de David Alcolumbre. Ontem, o ministro Gilmar Mendes, votou a favor da tese, mas o julgamento deve se estender até a semana que vem.

Enquanto isso, o Palácio do Planalto articula em torno de um candidato, em busca de apoio para o andamento da agenda de reformas e da votação de pautas de interesse do governo no Congresso. Mas a inclinação do presidente Jair Bolsonaro ao deputado Arthur Lira pode causar desgaste, em meio à denúncia de desvios de “rachadinhas” em Alagoas, durante o mandato estadual. Além disso, o “passe” do Centrão vai ficando cada vez mais caro.

Apesar de tudo isso, o Ibovespa encerrou o pregão de ontem em novo patamar, na casa dos 112 mil pontos, enquanto o dólar caiu ao menor nível desde o fim de julho, já abaixo de R$ 5,15, ao mesmo tempo em que os prêmios embutidos na curva de juros futuros derreteram. O forte fluxo de investidores estrangeiros por ativos brasileiros conduziu o movimento, após a bem-sucedida emissão externa feita pelo Tesouro Nacional.

À espera do payroll/h2

Portanto, o rumo dos negócios locais tende a seguir mais dependente da disposição dos “gringos”, fazendo jus a um conhecido jargão do mercado financeiro, de que “contra fluxo não há argumentos”. Por ora, a sinalização para o dia vinda do exterior é positiva, com os índices futuros das bolsas de Nova York sustentando ganhos moderados enquanto aguardam a divulgação do relatório oficial sobre o mercado de trabalho nos EUA (payroll).

As principais praças europeias também se sustentam em alta, após uma sessão no azul na Ásia - exceto em Tóquio (-0,2%). O petróleo avança, após os países exportadores (Opep) concordarem em reduzir a produção de forma mais gradual. O dólar segue fraco. De um modo geral, os investidores vivem um cabo-de-guerra entre o otimismo com a recuperação econômica combinada com a distribuição e eficácia de vacinas e o temor com o aumento de casos e óbitos por covid-19 no Ocidente.

Esse dilema modera a força do rali recente dos ativos globais, que ficam à mercê dos números do payroll para definir o rumo do dia. A previsão é de que tenham sido criadas 500 mil vagas no país em novembro, desacelerando-se em relação à abertura de 638 mil postos em outubro, o que tende a manter a taxa de desemprego em 6,9%. Já o ganho médio por hora deve oscilar em alta de 0,1% no mês e subir 4,4% no confronto anual.

O resultado efetivo será conhecido às 10h30. Nesse mesmo horário, saem os dados da balança comercial norte-americana em outubro. Depois, ainda na agenda econômica nos EUA, tem as encomendas às fábricas em outubro (12h). No Brasil, o calendário do dia está esvaziado.

Abaixe o App
Junte-se aos milhões de investidores que usam o app do Investing.com para ficar por dentro do mercado financeiro mundial!
Baixar Agora

Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.

Sair
Tem certeza de que deseja sair?
NãoSim
CancelarSim
Salvando Alterações