Mais do Mesmo, James Comey

 | 09.06.2017 09:17

O depoimento de James Comey, ex-diretor do FBI, no Senado paralisou os Estados Unidos nesta quinta-feira. Milhares de norte-americanos lotaram bares para assistir a audiência, que chegou a ser comparada com uma final de super bowl.

Comey confirmou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o instruiu a não avançar nas investigações contra Michael Flynn. Trump também havia afirmado que esperava mais lealdade por parte de Comey, para por um fim nos rumores de que o FBI o estava investigando por possíveis relações com a Rússia.

Senadores do partido republicano (maioria na Casa), tentaram passar em suas intervenções a mensagem de que a única coisa que tinham em mãos para analisar é a palavra de um contra o outro, o que não deixa de ser uma verdade, pois não há revelações de gravações das conversas, além de não haver documentação comprobatória do envolvimento de Trump com políticos russos. Os republicanos também argumentaram que a interpretação de Comey sobre as conversas com Trump pode estar distorcida.

Já os senadores democratas tentaram, sem sucesso, evidenciar que o presidente Trump tentou obstruir a justiça com o seu suposto pedido relacionado às investigações contra Michael Flynn. Uma prova comprobatória de obstrução à justiça é motivo relevante o suficiente para instauração de um processo de impeachment nos Estados Unidos.

Um dos principais interesses dos norte-americanos no depoimento era saber se ex-diretor do FBI iria dizer claramente que Donald Trump obstruiu a justiça. Comprometido em dizer a verdade, Comey não chegou nem perto disso e se limitou a dizer apenas o que já circulou na mídia.

Sem nenhuma informação nova, o depoimento de Comey ficou no mais do mesmo. Na Casa Branca, o ambiente após o depoimento era de triunfo. No mercado, o clima era de alívio. O S&P500 chegou a esboçar um movimento corretivo no início do pregão, mas as perdas foram revertidas ao longo do dia. Índice segue colado na máxima histórica.