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 | 19.11.2018 08:35

O mercado financeiro brasileiro abre o pregão desta segunda-feira ainda operando a meio mastro, uma vez que o feriado na cidade de São Paulo amanhã compromete a liquidez novamente hoje. O problema é que, na quarta-feira, quando os negócios locais voltam a funcionar a pleno vapor, será véspera do feriado mais importante nos Estados Unidos, o Thanksgiving, que reduz o volume negociado desde a tarde daquele dia em Wall Street.

A questão é que, apesar das boas-vindas às nomeações de novos integrantes da equipe econômica a ser comandada por Paulo Guedes durante o governo Bolsonaro, a novidade veio mesmo dos EUA. O tom suave (“dovish”) na fala de dirigentes do Federal Reserve, dando a entender que haverá menos ímpeto para subir os juros em 2019, e a sinalização de Donald Trump de que não irá taxar a China novamente foram capazes de resgatar o apetite por ativos de risco.

Com isso, os investidores passam a construir um cenário para o ano que vem e a mudança de tom nos discursos do Fed e da posição da Casa Branca sobre a guerra comercial parece já reconhecer as dificuldades em torno de uma economia global mais fraca no ano que vem. Assim, um ciclo de dólar mais fraco e um acordo entre EUA e China podem ser favoráveis aos mercados emergentes, beneficiando o Brasil.

Mas não é bem por aí. As tensões entre as duas maiores economias do mundo não mostraram sinais de melhora durante o fim de semana. Ao contrário, ao comentar declarações do vice-presidente norte-americano, Mike Pence, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do governo chinês pediu para que os EUA pararem de apontar o dedo para outros países e passem a “combinar palavras com ações”.

Durante a reunião da Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico (APEC), Pence afirmou que a ajuda da China aos países das ilhas do Pacífico os sobrecarregou com empréstimos que não podiam pagar. A declaração contribuiu para que a Apec não chegasse a uma declaração conjunta pela primeira vez em quase 30 anos de história, anulando o otimismo de que as relações sino-americanas iriam melhorar para a reunião do G-20, na semana que vem.

Assim, levando-se em conta o tom adotado por Pequim e Washington, fica difícil acreditar que qualquer acordo comercial mais concreto e duradouro esteja próximo a ser atingido e/ou anunciado, a despeito do otimismo recente no mercado financeiro em relação ao tema. A “guerra verbal” entre os dois países mostra que o caminho até um acordo será longo e tortuoso.

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Ainda assim, os investidores tentam se escorar na mudança de tom vinda do Fed, que parece estar alterando a rota na condução da política monetária, ao sinalizar que a taxa de juros norte-americana está se aproximando de um nível neutro, o que pode encerrar o ciclo de aperto nos EUA. Essa expectativa foi criada após os discursos do presidente, Jerome Powell, e do vice-presidente do Fed, Richard Clarida, na semana passada. A preocupação fica, então, com a perspectiva de crescimento econômico global.

Em reação, as principais bolsas asiáticas iniciaram esta semana sem muito brilho, mas conseguiram acompanhar os leves ganhos exibidos em Nova York na sexta-feira passada. Nesta manhã, porém, os índices futuros das bolsas norte-americanas estão em leve baixa, o que pressiona a abertura do pregão na Europa. Já o dólar mede forças entre as moedas rivais, com destaque novamente para a libra, em meio aos desafios envolvendo o Brexit. O petróleo, por sua vez, se recupera, mas segue cotado abaixo de US$ 60 o barril do tipo WTI.

O volume financeiro no exterior já dá os primeiros sinais de estar abaixo da média, com o giro de negócios nos EUA sendo diluídos pelo feriado de Ação de Graças, na quinta-feira. Um dia depois, acontece a tradicional Black Friday norte-americana, dando início as vendas de fim de ano no país. Recentemente, a data também foi incorporada pelo varejo brasileiro, com os consumidores aproveitando os descontos para antecipar as compras de Natal.

A agenda econômica desta semana também está bem mais fraca. No Brasil, o destaque fica com a prévia de novembro da inflação oficial ao consumidor brasileiro (IPCA-15), na sexta-feira. No mesmo dia, sai o resultado preliminar sobre a confiança da indústria neste mês. Hoje, o calendário traz uma leitura parcial do IGP-M até meados de novembro (8h).

Além disso, tem as tradicionais publicações do dia: Pesquisa Focus (8h25) e balança comercial semanal (15h). Também são esperados os números de outubro sobre a arrecadação federal e a geração de emprego formal (Caged). No exterior, o Dia de Ação de Graças nos EUA, na quinta-feira, também esvazia a agenda de indicadores e eventos econômicos.

Os destaques por lá ficam com dados do setor imobiliário, de hoje até quarta-feira, além de leituras preliminares sobre a atividade nos setores industrial e de serviços, na sexta-feira. No mesmo dia, saem esses dados sobre a zona do euro. Também merece atenção a confiança do consumidor norte-americano e europeu, na quarta e na quinta-feira, respectivamente.

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