Melhores e Piores da Bolsa em 2020: Riscos e Retornos

 | 26.06.2020 08:21

Nesta semana, analiso a performance dos 100 papéis mais líquidos da bolsa (constituintes do IBrX 100) em 2020, correlacionando esta métrica com duas medidas de risco diferentes e complementares: risco de mercado e risco específico. O primeiro mensura como o papel se comporta frente às oscilações da bolsa como um todo e por isso chamamos de risco de mercado. Este risco é medido pelo beta de cada ação individual: quanto maior o beta de um papel, maior o seu risco de mercado. Betas acima de 1 sugerem oscilações mais fortes do que o mercado, para cima ou para baixo, enquanto betas negativos indicam que o papel tem tendência de movimento contrário ao mercado (servindo, portanto, como um hedge na carteira). Entretanto, infelizmente nenhum papel tem beta negativo na bolsa brasileira.

Por sua vez, o risco específico tem a ver com as peculiaridades da empresa que o papel representa e pode ser capturado pela variação de preço não explicada pela variação do mercado. Este risco também é conhecido como volatilidade específica e é inegavelmente importante para investidores pequenos, mas que buscam alta performance com uma carteira de poucas ações. Claro que advogo em minhas aulas por carteiras bem diversificadas, nas quais o risco específico tende a reduzir bastante, mas na prática e em um mercado ainda em desenvolvimento como o nosso, não dá para dizer que este risco é totalmente diversificável. E lembrando que se o investidor acertar a mão em sua análise fundamentalista, maior risco específico pode gerar maiores altas!

Na tabela abaixo, apresento os seis papéis com maiores betas, ou seja, aqueles que demonstram em 2020 os maiores níveis de risco de mercado. As volatilidades específicas apresentadas são ao dia. Para efeito de melhor comparação, coloco na tabela o retorno relativo ao Ibovespa para observarmos a performance do papel relativo ao mercado.