Mercado Esvaziado na Véspera do Natal
Julio Hegedus Netto | 23.12.2021 11:40
No último pregão da semana (sexta é feriado) destaque para o IPCA-15 no Brasil e o PCE dos EUA, em detalhe. Sobre o IPCA-15 a leitura é de “alívio”, pela desaceleração com o recuo dos combustíveis. O mercado estima 0,8%, contra 1,17% em novembro. Se confirmado o índice do IBGE fecha o ano em torno de 10,5%, na primeira desaceleração em 12 meses desde junho de 2020.
Sobre o orçamento, um efeito cascata já começa a se configurar, depois da decisão desastrada do presidente de conceder reajuste salarial à Polícia Federal, deixando de fora várias categorias do serviço público.
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OUTROS |
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Mais sobre o Orçamento/h3
O Orçamento de 2022, aprovado nesta semana, é o retrato de um governo “encurralado”, em busca da reeleição. Boa parte das rubricas de gastos adicionais se direcionaram para programas sociais e populismos variados, como o “Auxílio Brasil”, e emendas paraoquiais e nebulosas, visando agradar a “bancada” do Centrão.
Para piorar, Bolso resolveu agradar aos “seus”, como sempre, autorizando um reajuste salarial (mais R$ 1,7 bi) para a Polícia Federal. Sim, mas e o resto das categorias do serviço público?
Pode-se esperar nos próximos dias um "efeito cascata", uma avalanche de protestos, greves, “operações tartarugas”, manifestações variadas, na Receita, Bacen, nas várias carreiras de Estado. Na Receita, 324 auditores, com cargos de chefia, já entregaram seus cargos. Um adendo. Paulo Guedes avisou ao presidente sobre este risco de outros servidores protestarem. Ele, como sempre, no rompante, resolveu ignorar.
Sobre a nova variante/h3
A OMS ainda não possui elementos para afirmar se a nova variante é menos grave do que as anteriores. Por outro lado, um fato a destacar é que com parte das populações já vacinadas, o risco de óbito e internações hospitalares se reduz bastante, embora a contaminação seja geral.
No Brasil, depois da Anvisa defender a vacinação em crianças entre 5 e 11 anos, o governo, pelo ministério da Saúde, resolveu abrir uma Consulta Pública (!), entre 23/12 e 02/01. Que absurdo! Claro que a militância negacionista se manifestará em peso, e então, corremos o risco de não termos vacinação para as crianças. Atrasos, conflitos, postergações e vidas em jogo!
Diante do suspense geral com a nova variante Ômicron, reguladores americanos (FDA) autorizaram, em caráter de urgência, o uso do medicamento Paxlovid da Pfizer, no tratamento de pacientes recém-infectados pela Covid, mais para os com alto risco de complicações graves.
No Reino Unido, novos casos de Covid a 106.122, contra 90.629 no dia anterior, e mortes a 140, contra 172 no anterior.
Na Zona do Euro/h3
O sistema financeiro da região está emitindo um título, o “covered bonds”, ou título coberto, um tipo de dívida vendida pelos credores, já pensando em antecipar o ciclo de aperto monetário, em gestação pelo BCE. Em setembro, a venda chegou a US$ 23,5 bilhões em setembro e 13,6 bilhões de euros em outubro. No BCE, Christine Lagarde tem a leitura mais otimista de que o crescimento do velho continente deve se manter forte, mesmo com o custo da energia se elevando, pelo represamento no fornecimento de gás natural. Lagarde acredita na inflação se estabilizando próxima à meta de2% em 2023 e 2024.
Pesquisa Poderdata/h3
Mostra Lula com 40% no primeiro turno, contra 30% de Bolsonaro. No segundo, Lula vence com 54% a 34%. Moro estaria com 7%, Ciro 4% e Dória 4%, tecnicamente empatados. Num segundo turno, Lula vence Moro por 50% a 30%, Ciro, 50% a 19%, e Dória 51% a 19%. Definitivamente, neste país o crime compensa. É só ficar quieto, deixando os “advogados” e os “poderes constituídos” trabalhando.
Na Turquia/h3
O anúncio no novo “esquema de depósitos remunerados”, a “blindar” a lira turca e evitar evasão de divisas, dá uma sustentada aparente na moeda do país, recuperando tudo perdido em dezembro. Por outro lado, a duvidar desta medida mágica anunciada por ERDOGAN, com os Credits Default Swaps (CDS) se deteriorando, apontando para o risco elevado e persistente de calotes no país.
INDICADORES/h2 No Brasil/h3
Índice de Confiança registrou resultado positivo avançando 0,6 pontos em dezembro, a 75,5. Pelas médias móveis trimestrais, o índice variou 0,1 pontos, a 75,6 pontos, depois de três meses em queda. No ano o resultado é queda de 2,6 pontos.
IPEA reduzindo a projeção de PIB de 2021, de 4,8% para 4,5%. Para 2022, passando de 1,8% para 1,1%.
Nos EUA/h3
Crescimento do PIB no terceiro trimestre em 2,3% pela taxa anual, contra 2,1% na revisão anterior. Isso aconteceu por causa da revisão dos gastos dos consumidores para mais, de 1,7% para 2,0%, e dos gastos com serviços, em especial, com viagens, mais elevados. Os investimentos em estoque também foram revisados para mais.
Índice de Confiança do Consumidor, pelo Conference Board, subiu a 115,8 EM DEZEMBRO, contra previsão de 110,8.
As vendas de casas usadas subiram 1,9% em novembro, contra alta de 0,8% em outubro.
PCE subiu à taxa anualizada de 5,3% no terceiro trimestre de 2021, com o núcleo a 4,6%.
No Reino Unido/h3
O PIB do terceiro trimestre subiu 1,1%, contra previsão de 1,3%, pela taxa anualizada avançando 6,8% contra o mesmo período do ano passado (previsão 6,6%).
MERCADOS/h2
Último pregão antes do Natal com os mercados globais sinalizando alta. Na Asia, todos os mercados operaram no azul. Talvez a constatação de que a Ômicron não seja tão mortal e o início no uso de um remédio de uso oral, da Pfizer, NOS EUA, tornar o cenário menos pesado, mas o recuo na reabertura dos comércios e serviços pelo mundo é uma realidade. O mundo cancelou suas festas de final de ano, diante desta variante.
Na QUARTA-FEIRA (dia 23), o Ibovespa fechou em LEVE QUEDA de 0,31%, a 105.175 pontos, em meio à preocupações com a nova variante Ômicron e o front fiscal para o ano que vem; no mercado cambial, o dólar em forte RECUO de 1,26%, a R$ 5,668, maior queda diária em duas semanas.
À medida que o Natal se aproxima o volume de negócios tende a ser menor, assim como a volatilidade do principal índice da Bolsa.
Na madrugada do dia 23/12, na Europa (05h12), os mercados futuros operavam EM RECUPERAÇÃO: DAX (Alemanha) +0,31%, a 15.642 pontos; FTSE 100 (Reino Unido), +0,06%, a 7.345 pontos; CAC 40 +0,17%, a 7.063 pontos, e EuroStoxx50 +0,37%, a 4.232 pontos.
Na madrugada do dia 23/12, na Ásia (05h11), os mercados operaram EM ALTA: S&P/ASX (Austrália), +0,31%, a 7.387 pontos; Nikkei (Japão) +0,83%, a 28.798 pontos; KOSPI (Coréia), +0,46%, a 2.998 pontos; Shanghai +0,57%, a 3.643, e Hang Seng, +0,33%, a 23.179 pontos.
No futuro nos EUA, as bolsas de NY, NO MERCADO FUTURO, operavam EM ALTA neste dia 23/12 (05h10): Dow Jones, +0,11%, 35.671 pontos; S&P500 +0,12%, 4.691 pontos, e Nasdaq +0,00%, a 16.180 pontos. No VIX S&P500, 21,75 pontos, -0,23%.
No mercado de Treasuries, US 2Y AVANÇANDO 1,21%, a 0,6751, US 10Y +0,61%, a 1,467, e US 30Y, +0,38%, a 1,864. No DXY, o dólar +0,05%, a 96,108, e risco país, CDS 5 ANOS, a 218,2 pontos. Petróleo WTI, a US$ 72,68 (-0,11%) e Petróleo Brent US$ 75,16 (-0,16%). Gás Natural -4,33%, a US$ 3,80 e Minério de Ferro, -0,65%, a US$ 692,50.
Na agenda da QUINTA-FEIRA (Dia 23), destaque para o IPCA-15 de dezembro e o PCE americano, deflator dos gastos de consumo, indicador usado pelo Fed para monitorar os preços. No mesmo dia temos os gastos pessoais e a renda das pessoas, além da encomenda de bens duráveis de novembro e os pedidos semanais de auxílio desemprego.
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