Mercado Financeiro: Como Se Fosse um Jogo Comum, Mas Não é Assim

 | 09.12.2015 15:17

O mercado financeiro em seus mais visíveis ativos Bovespa e câmbio demonstra que está torcendo para que o impeachment prospere e vibra com a vitória da oposição na disputa havida ontem na Câmara Federal para escolha dos membros que integrarão a Comissão que analisará a matéria, agora suspensa e sob análise no Supremo, mas que se prestou a emitir sinais fortes para a propositura.

Contudo, comete equívocos notórios de torcedor fanático e procura precificar de imediato eventual, mas não fácil no curtíssimo prazo, reação de causa e efeito de eventual ocorrência do fato que anseia.

O Brasil neste momento não é uma questão somente de nomes, mas de busca de diretrizes exequíveis de superação de uma situação econômica deletéria, pontificando enorme dificuldade fiscal.

A economia está em forte recessão e depressão e projeta para 2016 um ano não melhor do que 2015, com agravamento da inanição da atividade econômica e pontificando o desemprego, queda de renda e consumo, num cenário que sugere, ainda, pressão inflacionária, em grande parte inercial, que atingirá as classes menos favorecidas.

“Lacto senso” poder-se-ia dizer mesmo que há grande possibilidade de confirmação de que o pior está por vir.

E para sair disto não há estratégias mágicas, mas é necessária muita determinação na gestão do país, que passará por impor grandes sacrifícios à população e enormes dificuldades para o país no setor externo.

O problema do governo atual é a perda de confiança e credibilidade, mas quem garante que um eventual novo governo reconquistará este “status” de forma convincente.

Não há garantia de nada, portanto é descabida a precificação de anseios e esperanças incertas nos preços dos ativos, até porque há todo um desafio de reconstruir os pilares do país que, mesmo que venha a ocorrer, demandará 2 a 3 anos. Antes, só é possível improvisação, e isto não agregará nada aos fundamentos econômicos do país.

Ademais, nada sugere que haverá tranquilidade no campo político, afinal ninguém quer perder as benesses e todos desejam cargos.

Mas, como num jogo de futebol que dura 90 minutos a torcida se empolga, mas este é um jogo para anos e que não dá para vislumbrar o resultado no curto prazo, seja um ou outro o governante.

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É flagrante então que está faltando sensatez e tudo se distancia dos fundamentos.

Como dissemos em comentário antecedente: Este é um momento somente para profissionais, visto que o que se observa é pura especulação sem fundamentos, que causa movimentos atípicos.

Hoje às 13 horas o dólar caia frente a cesta de moedas 0,71%, a Bovespa subia 3% e o real se valorizava 1,62% frente ao dólar cotado a R$ 3,7350.

Basta ser mais cético na observação acerca do Brasil para concluir-se que está tudo fora do compasso.

O país atravessa um péssimo momento econômico e político, corre o risco de vir a sofrer um downgrade por parte das agências de rating, após ter consumado um déficit fiscal de R$ 120,0 Bi, fecha 2015 com queda do PIB e da atividade industrial e juro estratosférico na SELIC que não consegue inibir a inflação em torno de 10,50%. E o pior, as projeções para 2016 tem a mesma tendência negativa.

Convive com a possibilidade da elevação do juro americano pelo FED, o que poderá motivar a saída de bom volume de recursos estrangeiros aqui alocados.

E se ocorrer o downgrade o quadro externo poderá ficar traumático em termos de saída de recursos estrangeiros e não ingressos.

O Brasil tem US$ 369,0 bilhões de reservas cambiais, sendo que em torno de US$ 110,0 bilhões estão ancorando a credibilidade dos contratos de swaps cambiais e os bancos estão vendidos em US$ 18,0 bilhões, e estes montantes não podem ficar fora de observação, visto que liquidamente a expressividade das reservas cambiais em caso de dificuldades no setor externo perde a relevância como escudo do país.

O nível de dívida pública tende a crescer em 2016 e a dívida bruta, em especial, vem sendo muito observada por sua expressividade.

A balança comercial tem saldo positivo este ano, mas modesto e as commodities estão com seus preços em viés de baixa, e o ano que vem pode não ser favorável, embora as importações sejam cadentes face à fraca atividade econômica.

Então, quando retiramos a parte emocional do preço do dólar e colocamos a racional verifica-se que há um expressivo “gap” efetivo, pois o comportamento do dólar no nosso mercado de câmbio está desalinhado com o contexto atual.

Este é um risco efetivo para os negócios que envolvem a moeda estrangeira, que deve deixar os protagonistas em estado de atenção ou mesmo contração dos negócios.

O Brasil não sairá deste quadro amplamente negativo atual, sem antes quitar uma grande fatura e isto acontecerá em anos e não fundamenta movimentos apressados do mercado financeiro precificando os ativos, como se tudo só dependesse de nome do governante, que pode até mudar o astral, como entendem muitos, mas que não tem a capacidade de soluções imediatas.

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