Mercado Global Continua Otimista, Mas Há Receios Internos Próprios e Externos

 | 22.02.2018 12:02

Os mercados financeiros globais, incluindo os dos emergentes que são beneficiários do “status quo” predominantes sem serem protagonistas efetivos, e, portanto, envolvendo o Brasil, mantém o “ritmo do jogo” com otimismo, mas já sinaliza que tem receios pois o FED americano pode provocar impactos com as suas decisões ainda inconvictas mas bastante prováveis.

A divulgação da ATA da mais recente reunião do FOMC causou e continuará causando receios, pois os movimentos em torno da economia americana e as decisões do órgão gestor de sua política monetária impactam no cenário global.

A reação inicial, ontem, provocou volatilidade, com a remuneração do T-Bond 10 anos subindo para 2,94% e as bolsas recuando, e por aqui a Bovespa perdeu um pouco do ímpeto altista e o dólar ganhou terreno.

Hoje, o otimismo é retomado e deixa transparecer que por enquanto prevalece a ideia do gradualismo, sendo necessário observar-se melhor a sequência e as tendências, em especial da inflação. Contudo, os dados de salários e emprego colocaram no radar a hipótese de que o FED possa ser mais contundente ao subir o juro neste ano. A curva de juros de curto prazo induzia a crença de que ocorrerão três elevações do juro americano este ano.

A volatilidade poderá se revelar em vários momentos, principalmente quando surgirem dados da economia americana, e é absolutamente necessário que os países emergentes estejam atentos, pois em caso de movimentos reversivos poderão ser os primeiros, antecedendo inclusive os que venham a ocorrer nos mercados protagonistas, em especial Wall Street.

O preço do dólar americano no nosso mercado parece um pouco arredio, embora seja clara a interferência do BC com rolagens de swaps cambiais tradicionais, garantindo que a liquidez será mantida.

Os bancos operam com posições vendidas de US$ 13,136 Bi data base 16 e tem mais US$ 5,0 Bi em linhas com recompra fornecidas pelo BC, totalizando US$ 18,136 Bi.

As reservas cambiais brasileiras pelo conceito de liquidez internacional estão no entorno de US$ 382,877 Bi e se deduzirmos o total de posições vendidas dos bancos de US$ 13,136 Bi, liquidamente data base 16 estão em US$ 369,741 Bi.

Em perspectiva, há um saldo de US$ 13,726 Bi a ser consolidado e agregado com cambio contratado (exp. US$ 22,123 Bi – imp. US$ 8,397 Bi)

O fluxo cambial do mês, até 16, está liquidamente em US$ 1,920 Bi e no ano US$ 9,983 Bi, sendo US$ 4,730 Bi de origem comercial e US$ 5,252 Bi de origem financeira.

Abaixe o App
Junte-se aos milhões de investidores que usam o app do Investing.com para ficar por dentro do mercado financeiro mundial!
Baixar Agora

Há muita expectativa sobre perturbações de natureza política afetando a dinâmica da economia, mas esta está reagindo de forma marginal positivamente com a inflação, ainda que haja uma percepção contestatória face à alguns aumentos relevantes que vem ocorrendo, oficialmente se mantém comportada e abaixo das expectativas do governo, ao mesmo tempo que as perspectivas para crescimento do PIB melhoram para este ano. Espera-se que haja melhora no emprego e na renda, até porque o crescimento do PIB está muito dependente do consumo das famílias.


Mas não são desprezíveis as preocupações em torno da crise fiscal que o país atravessa agravada em perspectiva pela inviabilização, para não dizer derrota, da proposta de reforma da previdência. Neste ano o impacto será de R$ 5,0 Bi no dispêndio que seria economizado e para o orçamento de 2019, que deverá ter abordagem até agosto/18 o impacto será de R$ 14,0 Bi, agravando mais o quadro que já sugeria a necessidade da quebra da regra de ouro.

O Ministro da Fazenda falou na possibilidade de “brutal” aumento de impostos, velha prática de governantes que não conseguem conter os gastos como prioridade e isto é altamente negativo para uma economia que busca sair de seus escombros. É desestimulante aos empreendedores.

As alternativas “requentadas” postas pelo governo deverão ter forte oposição tanto no Congresso, postura motivada pela disputa de pretensos candidatos à eleição presidencial.

Não há como a economia ser poupada dos impactos nefastos advindos da cena política, que deverá ter forte acirramento na disputa pela disputa entre os pleiteantes a candidatos, e que poderá travar a dinâmica da economia, visto que sem perspectiva de quem será o próximo presidente poderá ocorrer uma retração nas decisões de investimentos, etc.

À margem o país ainda conviverá com as incertezas em torno da pretensa candidatura do ex-Presidente Lula, já condenado mas que deverá utilizar todos os recursos jurídicos possíveis, com o apoio dos seus seguidores que poderão causar distúrbios perturbadores.

Este quadro nebuloso em torno da política e da solução para os problemas fiscais do Brasil, agravado pelas dificuldades de soluções críveis, poderá causar reações das agências de rating e de investidores externos quanto ao apetite pelo risco Brasil.

Receios, incertezas e muitas dúvidas existem tanto interna quanto externamente, e o Brasil emergente estará ao longo do ano sujeito aos humores que prevalecerem, por isso é preciso atenuar o destemido ímpeto que se verifica no mercado financeiro brasileiro para uma postura mais precavida.

É bastante recomendável que se observe a perspectiva e seus imbróglios e não somente o momento eufórico que pode conduzir a equívocos irreparáveis.

Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.

Sair
Tem certeza de que deseja sair?
NãoSim
CancelarSim
Salvando Alterações