Mercado na Torcida

 | 27.06.2018 08:59

A seleção brasileira volta a campo hoje pela Copa do Mundo e a partida de futebol no meio da tarde (15h) esvazia os negócios locais, enxugando a liquidez do mercado doméstico. Os investidores devem antecipar o encerramento da sessão na hora do almoço, ainda que o pregão funcione normalmente até o fim do dia.

A tendência é de que a movimentação fique concentrada durante a manhã, com o Banco Central roubando novamente a cena, após o dólar encerrar a sessão de ontem perto de R$ 3,80. A autoridade monetária anunciou para hoje a oferta de US$ 2,5 bilhões por meio de leilão de linha (venda de dólares com compromisso de recompra).

O acolhimento das propostas será feito em dois horários (10h15 e 10h45) e ocorre após a ausência do BC no pregão da véspera ter contribuído para o movimento de apreciação da moeda norte-americana. E essa pressão tende a continuar hoje, diante da renovada preocupação no exterior com a guerra comercial entre as maiores economias do mundo.

Os índices futuros das bolsas de Nova York têm perdas aceleradas, após uma sessão de forte queda na Ásia, com o recuo de mais de 1% em Xangai e em Hong Kong liderando os destaques negativos. As principais bolsas europeias também abriram no vermelho, com o índice referencial Stoxx 600 flertando o menor nível em dois meses.

Nos mercados emergentes, o índice MSCI caiu à mínima em 10 meses, diante da pressão no rand sul-africano e na rupia indiana. O dólar mede forças em relação às moedas rivais, sendo que o iene japonês é destaque de alta, diante da busca por proteção em ativos seguros, ao mesmo tempo em que o rendimento dos bônus norte-americanos e europeus sobe.

Entre as commodities, o petróleo avança para além de US$ 70 por barril, após os Estados Unidos elevaram a pressão sobre o Irã, ao passo que o cobre é cotado no menor nível em três meses.

Ainda em relação às moedas, chama atenção o comportamento do yuan (renminbi), que parece ter encontrado um fundo, após a rápida descida dos últimos dias. A moeda chinesa atraiu compras de bancos locais após cair abaixo do piso de 6,60 por dólar, afastando o temor de que Pequim estivesse motivado em uma depreciação, tornando o yuan competitivo.

Como pano de fundo, permanece a tensão com as restrições ao comércio internacional e as investidas protecionistas vindas da Casa Branca, que podem resultar em um menor crescimento econômico global e aumentar os riscos à economia norte-americana - conforme palavras de um dirigente do Federal Reserve ontem.

Abaixe o App
Junte-se aos milhões de investidores que usam o app do Investing.com para ficar por dentro do mercado financeiro mundial!
Baixar Agora

É fato que os EUA continuam mostrando crescimento robusto e acima do restante do mundo, 10 anos após a maior crise desde 1929. Mas um erro na política comercial promovida pelo governo Trump pode acelerar a inflação doméstica, acelerando o ritmo do Fed na alta da taxa de juros norte-americana.

Como resultado, a maior economia do mundo pode mergulhar, novamente, em uma recessão em 2019. O maior risco é o Fed ter de ser mais agressivo no chamado processo de normalização monetária, ao invés de desacelerar o passo - conforme previsto no atual cenário básico.

Por isso, os investidores mantêm uma postura cautelosa, jogando entre gravidade e inércia. Tanto é que os movimentos de aversão ao risco no mercado financeiro são seguidos por alívios passageiros pautados por caça a pechinchas, com a volatilidade sendo a principal tendência dos negócios.

A ausência de novidades relevantes no front político-econômico contribui para uma dinâmica instável, uma vez que os sinais de fragilidade foram dissipados. Ao contrário, os riscos ainda permanecem, o que deixa os ativos à espera de alguma evolução do cenário.

Mas a agenda econômica do dia oferece poucos indicadores capazes de alterar o panorama atual. Por aqui, saem índices sobre a confiança do comércio em junho (8h), as operações de crédito em maio (10h30) e os números sobre a entrada e saída de dólares no país até a semana passada (12h30).

No exterior, destaque para os indicadores norte-americanos sobre as encomendas de bens duráveis (9h30) e as vendas pendentes de imóveis residenciais (11h), ambos referentes ao mês de maio, além dos estoques semanais de petróleo bruto e derivados no país (11h30).

Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.

Sair
Tem certeza de que deseja sair?
NãoSim
CancelarSim
Salvando Alterações