China: Minha Casa, Minhas Regras

 | 03.08.2021 15:06

Tudo começou com o curioso sumiço de Jack Ma.

Quando o Ant Group, subsidiária do gigante Alibaba (NYSE:BABA) (SA:BABA34), tentou seu IPO na Nasdaq, o governo chinês barrou a tentativa depois de uma reunião misteriosa da companhia com o governo chinês. Isso foi no final do ano passado.

Daí, veio o sumiço do bilionário Ma, que provavelmente é o empreendedor chinês mais famoso no Ocidente.

Depois de três meses sumido, ele apareceu, meio raquítico, em uma curiosa palestra para professores da área rural chinesa. O tema foi a importância do dever com a sociedade e o desenvolvimento do país acima de tudo.

Depois, veio o anúncio de que empresas chinesas com a intenção de se listar na gringa passariam por um escrutínio especial.

Posteriormente, o Didi (NYSE:DIDI), espécie de Uber (NYSE:UBER) (SA:U1BE34) chinês, foi o alvo. O governo manifestou que a empresa estava capturando dados demais de seus usuários, sem, ao mesmo tempo, usar esses dados em benefício da sociedade chinesa. Daí a CVM deles barrou o IPO da empresa, que também seria na Nasdaq.

Então, o governo logo suspendeu — temporariamente — todas as listagens de empresas nacionais fora do país.

Daí, veio a tacada final.

O governo disse que as empresas educacionais do país não poderiam cobrar pelos seus cursos, os quais devem estar a serviço da sociedade chinesa. Muitas famílias desesperadas para dar educação de qualidade aos seus filhos não têm as condições necessárias para pagar por isso. As empresas de educação devem servir ao país.

O que era um cenário ruim aos olhos do financista ocidental, acostumado a investir sob a bandeira da liberdade americana, ficou catastrófico.

Mas Ray Dalio pensa que não é bem assim.