Não Corra, Forrest

 | 24.06.2020 11:06

“Minha mãe sempre dizia que morrer faz parte da vida. Eu queria que não fizesse. O pequeno Forrest… ele vai indo bem, sim. Vai começar a escola de novo. Faço o seu café da manhã, almoço e janta, todo dia. Faço ele pentear o cabelo e escovar o dente todo dia. Tô ensinando ele a jogar pingue-pongue. Ele é muito bom. A gente pesca muito. E toda noite a gente lê um livro. Ele é tão inteligente, Jenny. Você teria orgulho dele. Eu tenho. Ele te escreveu uma carta e disse pra eu não ler. Eu não posso ler, então vou deixar ela aqui pra você. Jenny, eu não sei se minha mãe estava certa, ou se era o tenente Dan. Eu não sei se cada um tem um destino, ou se a gente só fica flutuando por acaso, na brisa, mas eu acho que talvez é os dois. Os dois acontecem ao mesmo tempo. Sinto saudades, Jenny. Se precisar de alguma coisa, eu estou por perto.”

Forrest Gump foi um de meus heróis da infância. Ontem, eu o apresentei ao João Pedro, que também gostou bastante dele. Como sempre, chorei copiosamente. E já posso imaginar a Maria se apaixonando por ele também. Aguardo ansioso por isso.

Eu fico pensando… sabe… talvez você imagine que, a partir dos dados dos PMIs (atividades manufatureiras) ontem, esteja um tanto consolidada a ideia de uma recuperação em V das economias. Afinal, o indicador reforça outras referências chinesas recentes na mesma direção, assim como o último Relatório de Emprego e as vendas ao varejo nos EUA. Ou talvez você considere que, diante do aumento dos casos de coronavírus e do retorno da guerra comercial, enfrentaremos uma recuperação em forma de W.

Talvez você tenha lido a turma do Fidelity comparando a recuperação dos mercados desde as mínimas de março e identificando uma intensidade que os faz acreditar que um novo grande bull market está a caminho. Para não ser assim, comparando a outros bear markets na história, haveríamos de estar em meio a um processo semelhante àquele da década de 1930, da Grande Depressão. Ou talvez você tenha lido o Ray Dalio e concorde com ele, identificando uma grande mudança de paradigma que nos leve a uma década perdida em ações, justamente em linha com o observado pós-crise de 1929. A globalização teria sido a grande propulsora das margens corporativas nos últimos anos. Agora, enfrentaríamos um retrocesso no livre comércio e nas cadeias de suprimento globais, afetando as margens e os lucros. Seria justamente 1930 revisitado.

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