Não Subestime a Reversão à Média

 | 26.10.2021 13:00

A economia é assim: uma sequência de altos e baixos.

No fim de uma recessão, forma-se um novo ciclo econômico, que começa com a retomada do crescimento dos índices de confiança, numa fase chamada recuperação.

Depois disso, vem a expansão, em que os indicadores de crescimento reais começam a refletir as expectativas dos índices de confiança, em uma fase de expansão.

Então, quando os juros atingem a mínima e a inflação atinge as máximas, chegamos em um pico: daí para a frente, é desaceleração.

O PIB começa a arrefecer e os juros começam a subir para controlar os preços, até que entramos na fase de recessão novamente.

E assim seguimos: em meio a essa bela ode à reversão à média.

Um ciclo econômico leva de cinco a dez anos para se completar, de ponta a ponta. Isso não significa, contudo, que o caminho será suave. Intraciclo, encontramos percalços e variações em torno das próprias médias de curto prazo.

Semana passada, arriscamos ficar sem ministro da Economia, e o Ibovespa derreteu. Agora, o ministro “é mais ministro do que nunca” e até ventila a ideia de privatizar a Petrobras (SA:PETR4). Podemos debater o quanto de demagogia eleitoral versus intenção genuína existe nessa conversa, mas o fato é que, hoje, a ação da estatal deve “rasgar” (para cima). Mais um belo exemplo de reversão à média.

Atualmente, parece que estamos esgotando o ciclo de expansão que se iniciou em 2017.

Observe no gráfico abaixo como os índices de confiança atingiram a mínima em setembro de 2015 para depois começarem a se recuperar, iniciando um ciclo de expansão econômica que durou até 2020.