Andy Hecht | 27.05.2022 10:56
Este artigo foi escrito exclusivamente para o Investing.com
Quando o Bitcoin e Ethereum atingiram novas máximas históricas em 10 de novembro de 2021, o criptomercado se deparou com um divisor de águas. Os dois maiores tokens digitais por capitalização de mercado atingiram o pico e logo em seguida perderam força, com ambos fechando abaixo das mínimas da sessão anterior. O padrão-chave de reversão baixista foi um sinal de alerta técnico.
Em 24 de janeiro, o Bitcoin e Ethereum, líderes com mais de 60% da capitalização do criptomercado, tocaram as mínimas. Seus preços, desde então, consolidaram-se acima das mínimas até 6 de maio, quando formaram fundos mais altos.
O padrão de cunha de máximas menores e mínimas maiores sugeria que as criptomoedas estavam sendo comprimidas feito uma mola, podendo estourar para baixo ou para cima. Em 9 de maio, ocorreu o rompimento do padrão, e a direção foi para baixo. O bear market nas criptos continua intacto após a última mínima inferior.
Quem ainda está chocado com a carnificina nas criptos precisa colocar a ação dos preços em perspectiva. As criptomoedas deram um novo sentido à volatilidade, que deve continuar.
h2 Consolidação leva a mínimas mais baixas/h2Após recuarem em relação à máxima recorde de 10 de novembro até as mínimas de 24 de janeiro, os preços do Bitcoin e do Ethereum digeriram o movimento e se consolidaram mais perto da mínima do que da máxima do fim de 2021.
Fonte: Barchart
O gráfico acima mostra que o preço do Bitcoin se consolidou entre US$ 33.076,69 e US$ 48.187,21. Em 9 de maio, o preço perdeu o fundo da consolidação, alcançando US$ 25.919,52 em 12 de maio, preço mais baixo para o token digital desde dezembro de 2020.
Fonte: Barchart
O Ethereum, vice-líder entre as criptos, seguiu caminho similar, caindo para US$ 2.163,316 em 24 de janeiro e consolidando-se entre a mínima e US$ 3.579,866 até 11 de maio. O Ethereum perdeu o fundo da consolidação, atingindo US$ 1.721,474 em 12 de maio.
No momento da publicação, em 26 de maio, os preços do Ethereum e do Bitcoin estavam abaixo das mínimas de 24 de janeiro, consolidando-se em uma faixa de preços inferior.
h2 Críticos das criptos dizem: “eu avisei”/h2Poucos anos atrás, Jamie Dimon, presidente e CEO do banco de investimentos JP Morgan Chase, chamou o Bitcoin de fraude. Em 2022, na assembleia anual da Berkshire Hathaway (NYSE:BRKa), em Omaha, Nebraska, o lendário investidor Warren Buffett disse que o Bitcoin não produz nada. Ele disse ainda:
“Se vocês me dissessem que têm todos os Bitcoins do mundo e os oferecessem a mim por US$ 25, eu não os aceitaria, porque, o que eu faria com eles? Eu teria que vendê-los de volta paras vocês de uma forma ou de outra. Eles não produzem nada”.
No mesmo evento, seu sócio Charlie Munger foi um passo além e afirmou:
“Na minha vida, tento evitar coisas que são estúpidas, malignas e me fazem parecer mal em comparação com os outros – e o Bitcoin faz essas três coisas. Primeiramente, ele é estúpido porque ainda pode cair para zero. É maligno porque mina o sistema do Federal Reserve. E, terceiro, ele me faz parecer tolo em comparação com o líder comunista da China. Ele foi muito inteligente ao banir o Bitcoin do país.”
Diversos investidores de sucesso e líderes bancários rejeitaram as criptomoedas nos últimos anos, encarando sua ascensão como a euforia vista na bolha das tulipas ocorrida na Holanda nos anos 1600.
h2 Mas apoiadores ideológicos comemoram oportunidade de comprar mais barato/h2Como as criptomoedas representam a evolução da revolução da tecnologia financeira que envolve a blockchain, muitos líderes tecnológicos abraçaram as criptos. Peter Thiel, capitalista de risco e cofundado do PayPal (NASDAQ:PYPL), chamou Warren Buffett de “inimigo número um” do Bitcoin e chamou o lendário investidor de “vovô sociopata de Omaha”. O fundador da Block, Jack Dorsey, o CEO da Tesla (NASDAQ:TSLA), Elon Musk e diversos outros empreendedores e líderes do setor de tecnologia apoiam a classe de ativos, investindo pesado no Bitcoin, Ethereum e outras criptos.
Os apoiadores ideológicos tendem a ser libertários, rejeitando o papel governamental no controle da oferta monetária, devolvendo-o aos indivíduos. Embora os especuladores de curto prazo, pegos na liquidação iniciada em meados de novembro, estejam lambendo suas feridas financeiras, os defensores da classe de ativos estão encarando a atual queda como uma oportunidade de compra.
h2 Obstáculos continuam impedindo avanço da classe de ativos/h2Nos últimos anos, as criptomoedas conseguiram aumentar sua popularidade. No entanto,seguem enfrentando problemas que impedem seu crescimento. A custódia e a segurança ainda são grandes obstáculos, já que os ataques cibernéticos representam um claro perigo. Coreia do Norte, Rússia, China, Irã e outros países possuem enorme capacidade de realizar ataques, que resultaram em roubos significativos. Além disso, vimos um aumento de crimes, como ransomware, com pagamentos em criptos.
Ao mesmo tempo, o obstáculo mais significativo vem de governos e órgãos reguladores, já que as criptomoedas ameaçam seu controle sobre a oferta monetária. Enquanto autoridades governamentais e agências reguladoras citam os perigos das criptos no submundo da economia global, sua motivação é manter o controle do dinheiro, uma fonte crítica de poder político e econômico.
h2 Chances favorecem alta, mas os riscos são proporcionais aos possíveis ganhos/h2A euforia especulativa nos últimos anos perdeu força diante da desvalorização das criptos desde novembro de 2021. Quanto mais caírem os preços, mais os detratores vão dizer: “eu avisei”, enquanto os apoiadores vão aproveitar a queda para comprar "pechinchas”. A volta do interesse especulativo só ocorrerá quando houver uma recuperação capaz de fazer os preços subirem acima de níveis técnicos de resistência.
O sentimento é o fator mais significativo em fazer os preços subirem ou caírem em qualquer mercado, e com as criptos não é exceção. A tecnologia blockchain tem ampla aceitação, enquanto as criptos são outra história. Embora quem tenha paciência e tolerância ao risco possa lucrar bastante, apenas invista o capital que você possa perder, já que os riscos são proporcionais aos ganhos potenciais.
A ação dos preços na última década sugere que Bitcoin, Ethereum e muitos dos outros mais de 19.540 tokens encontrarão fundos e sofrerão correções significativas. Desde 2010, comprar durante correções e carnificinas de preço mostrou ser a estratégia correta para quem deseja adicionar criptoativos à carteira e entrar no ciclo certo do mercado.
Nunca devemos nos surpreender com ações de preços explosivas ou implosivas em criptomoedas, pois elas redefiniram completamente o significado de volatilidade.
Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
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