Andre Vieira | 19.04.2020 11:04
Surpreendentemente (ou não) os principais índices do mundo, mas sobretudo os americanos, vêm apresentando uma forte capacidade de recuperação de preços se comparado às mínimas atingidas ainda durante esta atual crise acionada pelo COVID-19.
Observa-se ainda números extremamente altos e crescentes em termos de contaminações e mortes.
Na Europa, os países mais afetados, como .
Na verdade, se torna muito difícil e arriscado estimar uma data de retorno às atividades cotidianas sem a existência de vacinas ou medicações que comprovem cientificamente a real eficácia sobre essa pandemia.
Até o presente momento, nos deparamos com dados econômicos devastadores, como os pedidos de desempregos iniciais nos EUA ( ), a importante contração do PIB chinês depois de muitos anos de contínuo crescimento etc.
A possibilidade de uma , como artigo recentemente publicado pela CNBC, amplia as preocupações com o nível de endividamento de diversos países em relação aos seus respectivos PIBs. O gráfico abaixo traz a perspectiva dessa conjuntura nos EUA antes mesmo do começo deste ano. Nota-se que o atual patamar só se compara ao do ano de 1946, quando o país se endividou massivamente para financiar a sua participação na 2a guerra mundial.
O gráfico a seguir ilustra a mesma relação para o Brasil, também sem contemplar os gastos iniciais do governo para tentar mitigar os efeitos causados pelo coronavírus.
Cabe lembrar que para pagar a dívida pública, é necessário aumentar a arrecadação, e/ou cortar custos, e/ou rolar a mesma (jogar para frente). Contudo, o horizonte neste momento é de queda na arredação, aumento de custos (vide o ' . Ou seja, nos encontramos de fato mais próximos à uma condição de insolvência.
E se já não bastasse todas as dificuldades que temos pela frente, a temperatura no planalto central vem aumentando significativamente após o .
Mas voltando ao início deste artigo, surpreendentemente (ou não), os principais índices do mundo vêm apresentando uma forte capacidade de recuperação de preços.
O IBOV depois de romper consecutivamente dois importantes canais de alta para baixo, vem se recuperando lentamente, sem ter alcançado sequer a retração de 38,2% de Fibonacci. Observa-se que as duas últimas barras semanais de alta deixaram sombras superiores relevantes, que sugerem a presença de vendedores na região próxima aos 80mil pontos.
A divulgação de resultados por aqui a partir desta semana poderá deixar o mercado mais volátil durante os próximos dias.
O S&P500, índice composto pelas quinhentas maiores empresas dos EUA, denota uma recuperação bem mais robusta, mesmo com uma quantidade assustadora de contágio no país, divulgação de dados econômicos preocupantes, e resultados corporativos iniciais abaixo das expectativas dos mercados.
Porém, indo um pouco mais a fundo nesse otimismo impressionante, observa-se um grau de concentração no índice como não era visto há muito tempo. Isto é, as cinco maiores corporações que compõem o S&P representam um peso superior à 20% de toda a sua carteira.
Coincidentemente ou não, essas cinco mais relevantes instituições pertencem ao setor de tecnologia, que em teoria, são menos afetadas (ou até beneficiadas) com o atual contexto de quarentena. Abaixo, para exemplificar, observa-se que o preço das ações da Amazon operam atualmente acima das cotações pré COVID-19.
Com relação às commodities e metais, o panorama de uma forma geral não se alterou muito. O preço do barril de petróleo continua trabalhando à níveis extremamente baixos, o minério de ferro dentro de uma estabilidade, o ouro se valorizando fundamentado pelo ambiente de incerteza, e o cobre, embora numa tendência clara de baixa, apresentando uma leve recuperação nas últimas semanas.
Para finalizar, extraímos da os principais eventos do calendário econômico desta semana, com destaque para a definição da taxa de juros na China, atividade industrial na Alemanha, e pedidos iniciais por seguro desemprego nos EUA.
Muito obrigado !!!
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