Nubank: Fintech teve outro lucro recorde no 2° trimestre de 2023?

 | 10.08.2023 10:28

A divulgação do balanço da fintech brasileira Nubank (NYSE:NU) para o segundo trimestre de 2023 está chegando. No próximo dia 15 de agosto, o banco digital revelará seu resultado entre abril e junho deste ano sob a expectativa de manutenção dos números positivos do primeiro trimestre do ano.

Em maio, o Roxinho (como se autodenomina a fintech) teve o maior lucro líquido da história, acima de US$140 milhões. No mesmo período de 2022, o Nubank havia apresentado prejuízo na casa de US$45 milhões.

Um grande avanço, ainda mais considerando que o desempenho financeiro, em geral, e também na bolsa desde o IPO vinha sendo muito abaixo do desejado. As ações do Nubank acumulam baixa de -24,2% desde o IPO em 10 de dezembro de 2021, mas se recuperando ao longo deste ano com alta acumulada de 92,38%.

A expectativa é que o Nubank tenha tido uma receita estimada de US$ 1,76 bilhão com um lucro por ação de US$ 0,041 no segundo trimestre.

Quem é o Nubank?/h2

O Nubank completou 10 anos de existência em maio desse ano, obtendo lucro em poucos trimestres nesse período. A fintech brasileira queimou caixa para se tornar a cara na revolução dos meios de pagamentos na última década na maior economia da América Latina. Iniciou oferecendo serviço de cartão de crédito, em seguida passou a oferecer uma conta bancária e, paulatinamente, adicionando oferta de seguros e de investimentos no seu portfólio de serviços.

A revolução do Nubank não foi somente em oferecer seus serviços em um aplicativo de celular durante um período em que o oligopólio dos 5 maiores bancos brasileiros (Itaú Unibanco, Bradesco (BVMF:BBDC4), Banco do Brasil (BVMF:BBAS3), Santander Brasil (BVMF:SANB11) e Caixa Econômica Federal) investia pouco em inovação e sofria reclamações de tarifas e serviços caros dos clientes. A narrativa de disrupção e propagandas ousadas fizeram parte do processo, além de investimentos robustos de fundos como Sequoia (BVMF:SEQL3) Capital, Kaszek Ventures, Founders Fund, Tencent, entre outros para financiar a expansão em período em que a geração de receita era pequena.

O último a entrar na lista de investidores do "roxinho" foi o megainvestidor Warren Buffett. O Oráculo de Omaha detém participação na companhia brasileira por meio da Berkshire Hathaway (NYSE:BRKa) por meio de dois aportes: o primeiro de US$ 500 milhões em junho de 2021, antes do IPO da fintech na Bolsa de Nova York em dezembro daquele ano; e o segundo de US$ 1 bilhão em dezembro de 2021, após o IPO.

O que observar no balanço do Nubank/h2

Uma das métricas observadas pelo mercado é o crescimento do número de clientes do Nubank. No 1T23, a fintech chegou à marca de 79,1 milhões de usuários, 33% a mais do que no mesmo período de 2022. Embora mais de 75 milhões de clientes venham do Brasil, naturalmente, os mais de 3 milhões de clientes no México também foram algo a comemorar – e a continuar se observando na próxima divulgação. Mais clientes, é claro, tendem a significar mais dinheiro entrando.

Em números preliminares anunciados em julho, o Nubank afirmou ter 80 milhões de clientes somente no Brasil, tornando-se o quarto maior banco brasileiro em número de clientes, ultrapassando o Banco do Brasil, banco estatal e o mais antigo do Brasil.

O crescimento da clientela é ainda mais importante para o banco devido aos juros ainda elevados no Brasil. Embora a taxa Selic tenha sido baixada pelo Banco Central para 13,25% na última reunião do Comitê de Política Monetária, no último dia 2 de agosto, o número ainda é muito alto e os juros vinham estáveis em 13,75% desde junho de 2022.

Todo o setor bancário sofreu com isso, mas os bancos brasileiros mostraram resiliência nos últimos meses e não correram o risco das “bank runs” como aconteceu nos Estados Unidos após as falências do Silicon Valley Bank e do First Republic Bank – quando clientes correm para sacar suas reservas com medo de maiores problemas no sistema financeiro. E o Nubank, além disso, conseguiu expandir sua base de usuários de forma expressiva.

Outro ponto importante é que os mais de 79 milhões de usuários do Roxinho superam em muito a concorrência. O SoFi (NASDAQ:SOFI), um dos bancos digitais em maior crescimento nos EUA, tem menos de 6 milhões. Vale ressaltar que o Nubank não opera em território norte-americano, mas seu grande “rival” brasileiro, o Banco Inter (BVMF:BIDI4) (NASDAQ:INTR), reportou uma base de 13,5 milhões de clientes no 1T23. E o PagBank, antigo PagSeguro (NYSE:PAGS), possuía 28,7 milhões de usuários até o primeiro trimestre do ano. Ambos os concorrentes estão listados também somente em Nova York.

O Nubank ainda procura continuar aumentando sua base entre clientes corporativos. No primeiro trimestre, o número de pequenas e médias empresas atendidas cresceu para 2,7 milhões, um aumento anual de 67%. Porém, a própria fintech reconhece que quase 60% dos clientes corporativos são micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), além de 10 milhões de clientes serem empreendedores.

Desafios no cenário socioeconômico/h2

Apesar da popularidade em alta no Brasil, o Nubank ainda é um banco mais presente entre as classes mais baixas no Brasil. E com a alta taxa de juros no país nos últimos anos, a inadimplência também aumentou, chegando a 5,5%, mas abaixo da média de 6% do mercado. A tendência, porém, é de melhora no panorama conforme a taxa brasileira de juros continuar diminuindo nos próximos meses, o que dá mais uma perspectiva positiva para a fintech.

Além disso, o governo brasileiro anunciou recentemente o Programa Desenrola com o objetivo de reduzir o número de pessoas inadimplentes no Brasil. Apesar de ser uma das últimas instituições financeiras a aderir o processo, o Nubank espera se beneficiar do programa ao renegociar essas dívidas para aumentar a concessão de empréstimos e, ao mesmo tempo, reduzir a inadimplência nas carteiras. No âmbito do Desenrola, dívidas de até R$ 100 são automaticamente canceladas, o que significa 1 milhão de clientes do Roxinho.

Outro problema enfrentado pelo banco é o ticket médio baixo, também por se concentrar nas classes mais baixas. O aumento de receita e lucro líquidos são ótimos sinais, no entanto, mostrando que a empresa está conseguindo superar os desafios que sempre enfrentou no âmbito socioeconômico. O ROE de 40% divulgado em maio também é um dado bastante alto, que mostraria sua eficiência operacional, mas foi colocado em dúvida por alguns analistas por conta de apenas um terço do patrimônio líquido ter sido usado para calcular as operações brasileiras.

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Este artigo é apenas informativo; não constitui recomendação de investimento e nem pretende incentivar a compra das ações mencionadas. Lembre-se que toda empresa deve ser analisada por diversos pontos de vista e investir no mercado de renda variável sempre implica em riscos.

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