Não Vejo o Mundo Desabar, Acho que Há Muito Ruído

 | 07.12.2016 10:14

Primeiramente peço desculpas aqueles que acompanham o Bugg pois falhei nas postagens essa semana. não por acaso uma semana cheia de ruído. Para fugir desse ruído vim para o País de Gales. sim Wales! Aquele do time que surpreendeu na Eurocopa a oeste de Inglaterra. não, não é a Islândia, mas é bem frio por aqui. É interessante notar que aqui em meio a ovelhas e carneiros tenho o silêncio que preciso para não dar tanto ouvidos a Renan, Temer, Geddel e por aí vai.

O que foi colocado nos preços:

Bom sendo prático, o mercado acordou para o fato que é dezembro e estamos gordos, não estamos prontos para o carnaval, ou seja, bora malhar! Heheh. Em outra palavras o mercado acordou para o fato de que Brasil não vai crescer muito ano que vem (entre 0,5% e 1%), o atual governo não é uma rocha e tem teto de vidro, que as reformas necessitam de um equilíbrio político difícil de ser mantido e que sim é caro pagar 15x Lucro sobre as ações do Ibovespa.

Não obstante, o cenário político volta a fazer o ruído necessário para acordar do sonho dos 70k. vocês sabem né “bull in politics, bear in the markets”

Eu devia dar mais atenção as coisas simples da vida. tipo: capa da Exame, vende! Comentei isso um tempo atrás e não fiz. Deus me deu o sinal. Mas realmente para ganhar $ em bolsa você tem que ir contra tudo que ouve, vê e lê. não tem outro jeito! Escrevi sobre essa capa dia 07/11. Estávamos a 64.051 pontos: BRASIL – REVERSOR INDEX E BOTÃO EJECT?!

Inclusive escrevi isso:

E o que ajuda a fortalecer esse receio é o fato de os números da economia brasileira ainda não demonstrarem nenhuma melhora. Isso preocupa cara. Já falei aqui que não acredito numa descorrelação eterna de fluxo financeiro e desempenho econômico. Alguém tem que ajustar! Ou os números começam a mostrar melhora, ou bolsa cai! “

Mas ok. passou.

O que temos visto? Dados seguem sendo fracos! Os mais recentes:

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PIB. Segundo o IBGE, o PIB recuou 0,8% no 3T16 ante o 2T16. Na comparação anual foi um recuo de 2,9%, 10ª queda consecutiva; no acumulado do ano -4,0% ante 2015, a maior queda para este período desde o início da série em 1996.

Confiança. Último dado de confiança também não ajudou. Melhora ante outubro, mas o tom é de acomodação e não de avanço.

A melhora da confiança industrial entre abril e julho teve como protagonistas o ajuste de estoques e a diminuição do pessimismo em relação ao futuro. Ainda que permanecesse baixo em termos históricos, o ICI havia atingido o maior patamar desde o final de 2014. Desde então, no entanto, o índice continua oscilando em torno do nível atingido em julho. O setor aguarda notícias que alterem o ambiente de negócios, ainda bastante desfavorável”, afirma Tabi Thuler Santos, Coordenadora da Sondagem da Indústria da FGV/IBRE.

Mas aqui no silêncio dos carneiros e ovelhas, bebendo meu english tea eu me pergunto se houve uma verdadeira ruptura de cenário??

Sinceramente acho que não. Mas obviamente não sei qual o poder destruidor de uma delação da Odebrecht ou dos conchavos políticos. Não tenho como agregar NADA nesse sentido. E acho esse papo, MTO CHATO, pois não se chega a lugar nenhum. É um monte de especulação!

Salvo esses eventos que NINGUÉM prevê, o que temos como base?

Inflação parece estar sendo controlada.

Apesar dos solavancos externos, a tendência interna é que os juros caiam. talvez não tanto na curva que já precifica parte relevante dessa queda, mas existe espaço para queda da Selic;

Queda de juros abre espaço para redução da alavancagem das empresas ou ao menos para o serviço da dívida e consequentemente representa mais Lucro na última linha;

Existe espaço para recuperação da atividade com recomposição de estoques e um PIB crescendo 0,5%-1% ano que vem. Recente relatório do Itaú (SA:ITUB4) comenta isso. De que a produção tem estado abaixo da demanda e isso só é possível com o consumo de estoques. Mas estoques acabam e em algum momento a produção retoma. Mesmo que em velocidade ainda lenta (abaixo o gráfico da relação estoques/PIB)

Um outro fator que ajuda é a recuperação dos preços de commodities. Não gosto de contar com o ovo no “..” da galinha, mas conquanto que não haja nenhuma catástrofe, a recente alta nos preços de commodities é boa para nossa atividade produtiva (abaixo gráfico semanal de um índice de commodities).

O Itaú sustenta uma tese de 1,5% de crescimento de PIB para ano que vem que eu acho meio too much.

O ponto central é: aqui em meio as belas pastagens do norte do país de Gales eu não vejo o mundo desabar. Aliás acho que é muito ruído!

Acho apenas que essa irracionalidade dos movimentos recentes guarda certa racionalidade com o que tem sido observado nos números de nossa economia. Houve então um certo ajuste de expectativas e o mercado trabalhando com o cenário base e não mais o Bull case, o melhor cenário. como assim?

Base case: reformas sendo aprovadas/avançando em ritmo lento e com dificuldade e muita luta política. Juros caindo por conta da atividade fraca, mas com ruídos políticos afetando a credibilidade e moeda. Atividade respondendo lentamente.

Bull case: tudo sendo aprovado rapidamente, juro caindo rapidamente e atividade respondendo com o país voltando a crescer, governo fortificado e disputas políticas contornadas.

Worst case: governo perde apoio político, reformas não avançam, país não cresce, risco aumenta, juros não cedem como forma de ancoragem cambial, população insatisfeita pressiona e no limite poderia haver mudança na condução de política econômica ou até de governo, tipo novas eleições.

Comentei aqui BRASIL – IBOV DEU “PT”? #NOT – parte 2 sobre o potencial que podemos ver no IBOV. Sigo achando isso. Acho sim possível haver um crescimento de lucros de 15% para ano que vem. Se isso for verdade a bolsa passaria a ficar cara lá depois dos 73k-75k.

Óbvio que vão haver solavancos e a alta não vai ser uma linha reta. Come on! Estamos no Brasil!

Sigo achando que tem muito ruído! Por isso prefiro ficar aqui com as ovelhinhas ouvindo apenas o barulho do vento.

Bom, vou lá acabar de subir minha colina e “falar” com algumas ovelhinhas. Pedir uns conselhos.

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