O Argumento do Ouro

 | 18.08.2020 17:04

Quando criança, ouvi a conversa de dois praticantes de pesca submarina dizendo que parte da falta de ar que sentimos é proveniente da ansiedade. Com treinamento e maior controle pessoal, sobrava ar nos pulmões para mais tempo submerso. Anos mais tarde, tornei-me mergulhador autônomo, depois avançado e, mais adiante, socorrista. Ao terminar minha certificação como DiveMaster, planejava comprar um barco para trabalhar com mergulho e turismo. Acabei mudando de ideia. Dei um cavalo de pau e investi minhas economias na Bolsa. Naqueles tempos de melhor preparo físico, eu passava de 3 minutos e meio em apneia estática (sem inalação prévia de oxigênio). Já era bastante para mim, mas muito longe do recorde mundial, à volta dos 7 minutos. Acontece que, de certa forma, o mercado financeiro também me cobra a capacidade de oxigenação do pensamento e controle do sistema nervoso.

Meu fôlego foi testado na semana passada. No dia 11 de agosto, o ouro (cotado em dólar) recuou 5,7% enquanto a prata tombou 13,72%. Tenho alocações em fundos de ouro desde fevereiro deste ano. E, mais recentemente, também coloquei alguma coisa no único fundo de prata que conheço no Brasil (recém lançado). Faço sempre minhas próprias análises e tomo minhas decisões de forma independente, mas nem por isso sou imune às dúvidas e a alguma insegurança... Sou humano! Tamanha queda num só dia testa qualquer um. Poderia sugerir um final da tendência de alta? Seria melhor reduzir minha exposição aos metais? Naquele desconforto em devolver parte dos lucros, lembrei-me do meu primeiro instrutor de mergulho. Ele repetia em minha memória: "Não se leve pela ansiedade... Pare, analise a situação e aja com calma!" Embaixo d'água, sua vida depende disso, mas em terra firme, também é uma boa lição de vida!

Ao vermos um gráfico básico do ouro, como mostro aqui, seu preço já parece bastante esticado.