Bruce Barbosa | 23.02.2023 10:05
Desde o segundo mandato de Lula, o Brasil está em declínio (com a honrosa exceção do governo Temer, entre 2016 e 2019).
Isso significa que a bolsa americana (o S&P500 ou SPX) foi o melhor investimento nesse período.
SPX +806% de rentabilidade em reais, mesmo com a segunda maior crise da história americana em meados de 2008. Enquanto isso, IBOV amarga APENAS +53% no período, CDI +271%.
Em um ambiente de juros altíssimos (Brasil desde 2008), os bancos são resilientes, pois conseguem repassar os custos dos juros altos mais facilmente.
Isso causou uma concentração grande de bancos e afins no índice Bovespa – bancos e commodities crescem resultados e ocupam mais e mais espaço no índice.
Mas, e aqui eu também fiquei surpreso, nenhum banco brasileiro ganhou do SPX nos últimos 15 anos.
Apenas o BTG (BPAC11) consegue ganhar significativamente do CDI no período – mesmo tendo começado a negociar em bolsa somente em 2017.
Aí, você me diz: "Mas os resultados dos bancos são ótimos!". São mesmo? Vamos avaliar um a um.
As linhas não são 100% comparáveis – os bancos reportam intencionalmente de maneira diferente para não conseguirmos compará-los –, mas nós comparamos mesmo assim.
Vemos diferenças bastante interessantes: Banco do Brasil (BVMF:BBAS3) com o maior crescimento de lucros (+51%), maior crescimento de serviços e o menor aumento de despesas administrativas.
Bradesco (BVMF:BBDC4) com o maior crescimento na inadimplência (calotes, PCLD), mas conseguindo segurar margem financeira (spread de juros) e conseguindo que seus lucros caíssem menos que Santander (BVMF:SANB11) (lucros -22%).
Itaú (BVMF:ITUB4), com lucros +15%, segurando bem na margem bruta o forte aumento da inadimplência (PCLD).
Olhando o passado recente, com certeza. Afinal, as cotações seguem resultados.
A revolução que estamos vendo no balanço do BB vem acontecendo desde o governo Temer, com uma maior racionalidade na gestão e sem indicações políticas para cargos importantes no banco.
Mas sabemos que no novo governo isso vai mudar e imagino que os bons resultados de BBAS também mudarão (para pior, é claro).
Não é a hora de comprar estatais. Não é hora de comprar BBAS3.
Com SANB11 e BBDC4 sofrendo com a inadimplência, podemos nos abrigar na solidez de ITUB4?
Como sempre, a longo prazo, as cotações seguem resultados.
Os resultados do Itaú já não crescem significativamente desde meados de 2018. Em 2022, um ano de economia pujante, cresceram apenas +15% (pouco mais que o CDI).
Além disso, a piora na inadimplência de ITUB, BBDC e SANB11 indicam uma alta probabilidade de piora ainda maior em 2023 (ano de economia desacelerando e juros altíssimos).
Para correr os riscos inerentes ao investimento em ações, com CDI a 14% ao ano, Itaú deveria crescer mais de +20% em 2023. Acredito ser pouco provável.
BTG (BPAC11) é o melhor dos bancos. Suas diversas linhas de negócio estão conseguindo segurar a maior inadimplência – inclusive de Americanas (BVMF:AMER3) – e vencer o mercado de capitais em marcha lenta.
Seu lucro caiu -6% no 4T22 (impacto de AMER3), mas fechou o ano de 2022 com alta de +24%.
O BTG investiu muito em tecnologia e em pessoas para entrar no universo do varejo, com sua conta digital, e o banco de investimentos, que mesmo impactado pelo momento macro, não derrubou o resultado.
O BTG é cada vez menos só um banco de investimentos e cresce, cada vez mais, para se tornar um novo "bancão".
Compre BPAC11.
Desde o IPO (e em 2022), o BTG Pactual (BVMF:BPAC11) vem mostrando bastante força.
Mesmo caindo forte com Americanas no início de 2023 e longe das máximas de 2021, o banco cresce muito mais que os bancões, o CDI e o IVVB11 (BVMF:IVVB11) (ETF de SPX).
Sim, com o declínio do Brasil, muitas empresas locais continuarão a sofrer, mas poucas e ótimas empresas conseguem se destacar e crescer a longo prazo.
Ganham do dólar, ganham do CDI, ganham do IVVB11 e do IBOV.
Um abraço.
/h2
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