O churrasco de final de ano vai ser com granito ou galeto?

 | 21.09.2023 10:30

Quando analisamos a demanda por um produto, temos as elasticidades, relacionadas ao preço e à renda, mas também há os produtos substitutos, os complementares, e por aí vai.

No caso de produtos substitutos, quando a dona de casa vai ao mercado comprar a “mistura”, o preço tem papel relevante quando o orçamento é mais curtao, a realidade da maior parte do nosso mercado doméstico. 

Em outras palavras, quando há a possibilidade de aquisição de muito mais frango que carne bovina, com o mesmo desembolso, isso pesa na opção. 

Obviamente, as preferências e o nível de renda deslocam esse “ponto de equilíbrio” da escolha entre frango e carne bovina, por exemplo. O fato é que, quanto maior a distância entre as carnes, mais atrativa fica a de frango, mais barata. Já quando os preços estão mais próximos, a opção pela carne bovina fica mais “palatável”. 

Justamente por terem preços mais próximos, os cortes de dianteiro compõem o clássico do açougue, competindo com o frango. Considerando as cotações no varejo (IBGE), houve queda de 7,1% para o frango inteiro, nos doze meses terminados em agosto, enquanto os preços do acém e peito bovino recuaram 11,9% e 12,8%, respectivamente. Ou seja, o boi ganhou competitividade. 

A figura 1 mostra a evolução dos preços e da relação entre o dianteiro bovino e o frango congelado no atacado em São Paulo. A relação média em setembro está em 1,95 quilo de frango por quilo de dianteiro. É a mais favorável à carne bovina desde maio de 2019.