O clima, o petróleo e o milho

 | 22.11.2023 15:20

O afamado fenômeno El Niño está ativo desde o início do ano. É caracterizado pelo aquecimento das águas do Pacífico, o que produz efeitos em praticamente todo do globo, de secas no Sudeste Asiático e Oceania a chuvas intensas no Sul da América do Sul. 

Focando no Brasil, o cenário mais comum é de chuvas abaixo da média nas regiões mais ao norte e nordeste, com precipitação acima da média no sul. Obviamente, ao falar de clima, sempre há inúmeras variações para cada fenômeno, mas o El Niño deste ano tem seguido a cartilha, com impactos historicamente fortes, mas em linha com cenário mais seco mais ao norte e nordeste e chuvoso no sul. 

O Centro-Oeste também tem sentido bastante os efeitos este ano, com a semeadura atrasada frente à média e necessidade de replantio de lavouras em diversas regiões de Mato Grosso, por exemplo. 

Pensando no milho, essa conjuntura deve fazer com que as projeções de produção sejam ajustadas para a primeira safra, pelo efeito direto do clima no desenvolvimento. A janela de semeadura da safrinha também é um ponto importante de atenção.

A safrinha é a principal parcela do milho produzido no Brasil desde 2012 e, como safra de inverno, é uma produção sujeita a um maior risco climático. A figura 1 apresenta a atualização(20/11) das probabilidades de continuarmos sob influência do El Niño nos próximos meses. 

Figura 1. Probabilidades de ocorrência de El Niño (vermelho), La Niña (azul) ou cenário de neutralidade (20/11/23).