O Dinheiro é que Manda

 | 23.02.2018 09:03

Os investidores continuam a debater os próximos passos a serem adotados pelos bancos centrais no Brasil e no mundo, após se ajustarem às indicações trazidas nas atas das reuniões de janeiro dos BCs dos Estados Unidos (Fed) e da zona do euro (BCE). Agora, vão ficar de olho nos dados econômicos norte-americanos e da região da moeda única para interpretar a movimentação dos juros nos dois lados do Atlântico Norte daqui para frente.

Internamente, a prévia de fevereiro da inflação oficial ao consumidor brasileiro (IPCA-15) é o grande destaque do dia, pois os números podem definir as apostas em relação a uma nova queda na taxa básica de juros em março. Por enquanto, as chances de um corte adicional de 0,25 ponto na Selic estão beirando os 60%.

Um resultado bem abaixo do esperado deve abrir a porta para o Comitê de Política Monetária (Copom) renovar o piso histórico dos juros básicos pela terceira vez seguida, a 6,5%. Por outro lado, um resultado neutro ou mesmo acima do previsto deve ter um impacto oposto e, então, declarar o fim do ciclo de cortes na Selic.

A expectativa é de que o IPCA-15 mantenha o ritmo de alta neste mês, repetindo a taxa apurada em janeiro e avançando 0,39%. Ainda assim, a taxa acumulada em 12 meses deve desacelerar e voltar a ficar abaixo de 3%, que é o limite inferior de tolerância do Banco Central. Os dados efetivos serão divulgados às 9h.

Trata-se, portanto, de um grande teste de nervos. Os investidores estão à espera de mais indicadores econômicos para confirmar ou negar a mensagem deixada por Fed, BCE e Copom em suas mais recentes comunicações com o mercado financeiro. Enquanto lá fora, desafia-se os cenários traçados; aqui, transparece a visão que o Brasil é a “bola da vez”.

A alocação de recursos tem buscado os ativos locais de risco, diante da percepção favorável com a retomada da economia brasileira e a perspectiva de melhores resultados das empresas. Ou seja, mesmo sem a reforma da Previdência, o Brasil está surfando na onda da liquidez mundial e o dinheiro vai para aonde existe possibilidade de retorno satisfatório.

Aparentemente, o mundo toma risco nas ações globais por achar que o lado fiscal nos EUA será muito ruim, em meio ao aumento de gastos públicos e ao corte de impostos promovido pelo governo Trump. Tal política tende a amortecer o ciclo de alta dos juros lá fora, esvaziando as chances de uma operação orquestrada entre os principais BCs.

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A agenda doméstica reservou para hoje uma série de indicadores, concentrando as divulgações em um único dia. Às 8h, saem os índices de confiança na indústria e ao consumidor, além dos custos na construção civil – todos referentes a este mês. Também são esperados dados regionais da inflação e do mercado de trabalho.

Já no exterior, o calendário norte-americano está novamente esvaziado, o que desloca as atenções para o resultado final de janeiro do índice de preços ao consumidor na zona do euro, que sai logo cedo. O comportamento da inflação também deve calibrar as apostas em relação à retirada de estímulos monetários na região da moeda única.

Ainda mais, depois que o Banco Central Europeu (BCE) indicou que deve haver mudança na comunicação junto ao mercado financeiro neste ano, adotando uma linguagem menos suave (“dovish”), sem o viés de afrouxamento, ora em voga. Após esse alerta, um eventual prolongamento do programa de compra de ativos está praticamente descartado.

Nesta manhã, os mercados internacionais seguem em recuperação, com o dólar reavendo as perdas na véspera e o juro projetado pelo título norte-americano de 10 anos (T-note) mantendo-se estável, no maior nível desde 2014. Nas bolsas, o sinal positivo prevaleceu na Ásia, em meio aos ganhos em Wall Street ontem e à sinalização de novas altas hoje.

Na Europa, a abertura da sessão é mista, após a suavização no desempenho da economia alemã ao final de 2017. O Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 0,6% no quatro trimestre, ante os três meses anteriores, e avançou 2,5% em relação a igual período em 2016, repetindo os dados preliminares. Nas commodities, petróleo e metais básicos recuam.

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