O Efeito “Sell in May and Go Away”: Verdade ou Mito?

 | 18.05.2021 12:16

O mercado financeiro é repleto de lendas: algumas frases e crenças que, repetidas muitas e muitas vezes, se tornaram mantras e verdades irrefutáveis. As quedas das bolsas ao redor do mundo na última semana reaqueceram uma dessas crenças.

Me refiro à célebre frase “Sell in May and Go Away” (algo como “venda em Maio e vá embora”), em que se supõe que é melhor que o investidor venda suas posições em Maio e só volte ao mercado em Novembro, pois os meses seguintes costumam ser meses de baixa e com retornos negativos

Mas será que essa máxima é verdadeira? É melhor mesmo que o investidor “confie” nesse mantra ao tomar decisões de investimentos? Ou é apenas mais um daqueles mitos que não fazem mais sentido? Como sempre, venho hoje através de dados te trazer a verdade sobre esse tema.

h2 O QUE DIZEM OS DADOS/h2

Reza a lenda que, com a chegada do verão nos países do Hemisfério Norte a partir do mês de maio, muitos gestores de fundos e investidores desses países decidiam vender suas ações para que pudessem aproveitar suas férias com mais tranquilidade.

Tal tendência perduraria de maio a outubro, sendo o pior período para se investir. Depois disso, de novembro a abril, teríamos os melhores momentos para obter bons retornos. Ou seja, existiria, assim, um efeito de sazonalidade no mercado de ações.

Levando em consideração que as economias mais desenvolvidas do mundo e, consequentemente, as maiores bolsas se concentram no hemisfério norte, uma saída em massa de ações nesses países certamente influenciaria os mercados em todo o mundo.

Se observarmos os resultados da principal bolsa do mundo, a americana, podemos concluir que o efeito “sell in May and go away” já foi mesmo um padrão sazonal, mas que esse cenário não vem mais se concretizando.

Entre os anos de 1950 a 2013, o índice Dow Jones teve um retorno médio de reles 0,3% entre maio e outubro, contra um ganho médio de 7,5% durante o período de novembro a abril.

Entretanto, se olharmos os últimos 10 anos do S&P 500, veremos que o mês de Maio foi negativo em apenas 3 desses anos. Ou seja, a última década não tomou conhecimento do efeito “Sell in May”, tendo um mês positivo em 7 dos 10 anos.