O Governo Fora da Jogada

 | 02.05.2018 12:21

Há algumas semanas destacamos aqui o problema que o Brasil tem encontrado para sair de vez da recessão. Esse problema, entre tantos outros que poderíamos ter abordado, diz respeito à dissonância entre o Banco Central e os setores bancário e varejista.

Enquanto o Bacen tenta de tudo – corte de juros, diminuições de compulsórios, novas regras de parcelamento de faturas de cartão de crédito, etc. – para estimular a economia via estímulo da demanda, os setores bancário e varejista muitas vezes adotam o caminho inverso, aumentando os juros das operações junto a pessoas físicas e jurídicas.

Diante disso, temos um entrave significativo para o estímulo da atividade econômica via aumento de demanda. E, como se não bastasse, a corrida eleitoral tem um enorme potencial para postergar investimentos de grande monta, deixando sempre para amanhã o nosso próximo passo para a saída da crise.

O governo poderia fazer algo para ajudar a estimular a economia no curto prazo? A resposta é sim! No entanto, existem inúmeros entraves que colocam essa possibilidade como bastante improvável.

A ideia não é intensificar o ritmo de crescimento da dúvida pública, fazendo o governo brasileiro descer mais alguns degraus na avaliação de risco das agências internacionais. Tampouco agir de forma populista e inconsequente no uso dos recursos públicos. Existem outras saídas viáveis.