O Inverno dos Juros Altos: 3 Dicas Para Enfrentar o Clima do Crédito Mais Caro

 | 18.05.2022 15:22

Mariana olha diariamente a atualização da previsão do tempo desde o primeiro dia de maio. Ela organiza sua festa de casamento, adiada três vezes por conta de complicações da Covid-19 nos últimos dois anos.

“Se chover, adeus cerimônia aberta, alou cobertura caríssima”, pensa Mari, apreensiva. Tendo planejado e economizado por anos, Mari conseguiu organizar tudo como sonhou - e conta agora com o clima imprevisível abaixo dos trópicos para ajudá-la nessa reta final. Afinal, seu cartão de crédito não aguenta mais nenhuma linha não planejada, e parece que tudo fica mais caro a cada minuto. Efeitos da guerra na Ucrânia, da nova onda de lockdowns na China, dos estímulos que demos aqui no Brasil durante a pandemia, e até do Banco Central dos Estados Unidos – ela segue lendo no jornal.

Mari, entretanto, sabe que sua situação é para lá de privilegiada. Tem casa, comida, um emprego estável, e sua preocupação acaba sendo ínfima. Porém, essa não é a realidade de muitos brasileiros, 74% dos quais veem a situação financeira como principal fonte de preocupação atual, segundo uma pesquisa recente conduzida pela fintech Onze.

Infelizmente, essa situação não deve melhorar tão cedo, especialmente para famílias mais endividadas. Com os preços subindo a uma velocidade acima de 10% ao ano, o Banco Central corre atrás para impedir que a inflação alta se torne permanente – elevando a nossa taxa básica de juros, que deve atingir 13,75% ao ano até agosto.

Isso porque, como a taxa Selic serve de base para todas as outras taxas de juros da economia, o principal impacto de sua elevação é o crédito mais caro.

Os gráficos abaixo nos ajudam a ilustrar essa realidade, indicando juros médios crescentes e aumento no atraso de pagamentos (ambos para pessoa física – ou seja, eu, você e todo mundo).