O mercado dos Credit Default Swaps (CDS)

 | 01.03.2024 06:00

Na coluna dessa semana, falarei sobre o mercado de derivativos de crédito, que consistem em instrumentos financeiros cujo objetivo é a proteção de uma das partes do risco de inadimplência de um determinado emissor de dívida, que pode ser uma empresa ou mesmo um país. Esse mercado possui um volume global bem expressivo, de dezenas de trilhões de dólares. Para se ter ideia, até a crise do subprime em 2008, esse mercado chegava a USD 50 trilhões. Após a crise, houve uma queda, porém ainda é um mercado com muitas operações no mercado financeiro global.

As modalidades mais conhecidas no mercado são apresentadas abaixo, com destaque para o mais popular deles, o Credit Default Swap (CDS).

  1. Swap de crédito (CDS): a contraparte transferidora do risco paga o spread de risco de crédito para a receptora do risco. Em caso de default, a receptora paga a proteção contratada.

  2. Swap de taxa de retorno total (Total Rate of Return Swap): a transferidora transfere à receptora o rendimento do ativo mais a variação positiva de mercado. A receptora paga uma taxa de juros para a transferidora, além de eventual variação negativa no valor de mercado do título emitido.

Nosso foco nessa coluna e na próxima (onde falaremos sobre precificação) será no mercado de CDS. Algumas vantagens desse instrumento são: a) Permite negociar e diversificar o risco de crédito; b) Pode servir para hedgar posições; c) Não é necessário ter o título da empresa para comprar um CDS. Vamos imaginar um exemplo bem simples: suponha que você comprou títulos da empresa XYZ. Para se proteger de um possível default (calote), você procura uma seguradora e compra um CDS dessa empresa. Para isso, você paga um prêmio, chamado de spread de risco de crédito (ou simplesmente spread do CDS) e isso permanece até o vencimento do contrato ou até que ocorra o default. O emissor é chamado de Entidade de Referência e o possível default de evento de crédito. No exemplo abaixo, o spread pago anualmente é de 120 basis points (1,2% a.a.) sobre o valor do principal.