O Que Esperar da Cielo (CIEL3) Após Suas Ações Dobrarem de Valor no ano?

 | 09.08.2022 09:46

Criada nos anos 90 para desenvolver o mercado de cartões de crédito no Brasil e como uma joint-venture (empreendimento conjunto) entre a Visa e grandes bancos, como Banco do Brasil (BVMF:BBAS3) e Bradesco (BVMF:BBDC4), a Visanet se consolidou, em pouco tempo, como a maior empresa do setor de meios eletrônicos de pagamento no país, tendo operado com um contrato de exclusividade com a própria Visa por quinze anos (entre 1995 e 2010).

Pouco antes do término desse contrato, a companhia mudou de nome e passou a se chamar Cielo (BVMF:CIEL3), que significa “céu” em italiano e espanhol, em alusão a que não haveria limites para a empresa a partir daquele momento e visando as futuras parcerias que adotaria com outras bandeiras de cartão, como Mastercard e American Express.

Em 2009, a Cielo realizou o seu IPO (Oferta Pública Inicial) na bolsa brasileira, levantando mais de 8 bilhões de reais que contribuíram para o seu avanço nos anos seguintes. Capitalizada e com contratos firmados com as principais empresas de pagamentos, a companhia passou a “nadar de braçada” e praticamente de forma solitária dentro desse mercado.

h2 Mas será que realmente não existiam limites para Cielo?/h2

Sem tantas barreiras de entrada, outros competidores foram aparecendo e ganhando força ao longo dos anos. O crescimento de concorrentes como Stone (NASDAQ:STNE) (BVMF:STOC31), Getnet (BVMF:GETT11) (BVMF:GETT3) e PagSeguro (NYSE:PAGS) (BVMF:PAGS34) fez com que a Cielo deixasse de deter mais da metade do mercado de adquirência, em 2016, e passasse a deter o market share atual de 30 por cento.

A expansão dessas companhias contribuiu para que a Cielo reduzisse o seu TPV (volume geral de pagamentos) nos últimos anos e também visse uma compressão de seu take rate (taxa obtida em cada transação), o que, consequentemente, resultou em uma piora expressiva em seus números e margens reportadas.

Vale lembrar que outras questões, como a chegada do PIX, também aumentaram os desafios para a empresa.

Diante desse cenário, a Cielo percebeu que precisava ir além das maquininhas de cartão e passou a oferecer um ecossistema mais completo de produtos e serviços, como a Cielo Store (loja de apps para auxiliar na gestão dos clientes), Cielo Farol (análise de perfil de venda), Cielo Promo (gestão de campanhas de fidelização), além de serviços de segurança anti-fraude e de antecipação de prazos de liquidação de transações.