Fernanda Mansano | 08.12.2022 16:04
O Comitê de Política Monetária (Copom) do banco central brasileiro decidiu na quarta-feira (8) pela manutenção da Selic na sua última reunião do ano. Assim, a taxa básica de juros fecha 2022 em 13,75% ao ano.
Ainda na espera da ata do comitê, na próxima terça-feira (13), com mais detalhes sobre a decisão, a expectativa estava na mensagem do Banco Central para o mercado, visto que a decisão sobre a manutenção já era esperada. Neste cenário, posso dizer que houve uma certa desilusão quanto à postura do Banco Central (BC) frente aos fatos referentes aos futuros gastos públicos no país.
Em outras palavras, pouca foi a ênfase do BC quanto aos impactos na inflação futura frente ao cenário fiscal para os próximos anos. Para não dizer que nada foi citado, em todo o comunicado a palavra 'fiscal' foi citada três vezes, sendo uma vez repetida no mesmo contexto da decisão de outubro.
As outras duas frases foram as seguintes:
"A conjuntura, particularmente incerta no âmbito fiscal, requer serenidade na avaliação dos riscos. O Comitê acompanhará com especial atenção os desenvolvimentos futuros da política fiscal e, em particular, seus efeitos nos preços de ativos e expectativas de inflação, com potenciais impactos sobre a dinâmica da inflação prospectiva".
Ou seja, é visível que o Banco Central está muito menos preocupado com o cenário da política fiscal no país em comparação ao mercado, haja vista os resultados em novembro para o Ibovespa, queda de 3% e a abertura em toda a curva de juros , chegando à expectativa de 15% de Selic no próximo ano.
Na minha análise, trago dois fatos que poderão ser observados para a Selic: primeiro é a manutenção no atual patamar ao longo do primeiro semestre de 2023; segundo é o início do corte de juros, que deverá começar em agosto, ante a minha expectativa de junho.
Ou seja, não acredito que possamos observar um aumento de juros. O remédio será uma manutenção no atual patamar por um longo período (fato o qual acredito que observaremos nas economias avançadas).
Previsivelmente a reação do mercado é de queda na ponta curta da curva de juros e aumento na ponta longa. Neste cenário, para os investimentos com marcação a mercado, como os títulos públicos (e a partir de janeiro debêntures, CRI e CRA) aqueles indexados à Selic e de curto prazo, seguem como os mais atrativos.
Ainda, para o investidor com objetivos de curto prazo, até um ano, os títulos atrelados à inflação com vencimentos de médio prazo começam a se tornar boas alternativas.
Por fim, vale lembrar que a expectativa é que o Banco Central inicie o corte de juros ao longo do segundo semestre de 2023 e, para o investidor de médio prazo, os títulos prefixados seguem atrativos para o portfólio.
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