O que esperar do Fed após inflação de janeiro acima das expectativas?

 | 27.02.2023 11:55

O que o Federal Reserve pode fazer em um cenário de inflação aderente?

O índice de despesas com consumo pessoal, ou PCE, na sigla em inglês, indicador preferencial de inflação do banco central dos EUA, foi de 5,4% em janeiro, acima da expectativa de 5%, em bases anualizadas. Isso acabou gerando um alvoroço nos mercados, que passaram a especular qual seria o próximo movimento do Fed. Será que o banco realmente tem espaço de manobra?

h2 PCE de janeiro vem acima do esperado/h2

Na esteira do rali de mercado registrado no mês passado, o chamado “Efeito Janeiro” parece ter vindo com tudo neste ano, resultando em um índice de despesas com consumo pessoal muito maior. Como métrica de inflação preferencial do Fed, o PCE do mês passado registrou uma alta de 0,6%, acumulando um avanço anualizado de 5,4%, contra expectativas de 5%.

Além disso, o núcleo do indicador, que desconta os preços voláteis de energia e alimentos, excedeu as expectativas a 4,7%, contra uma previsão de 4,3%. No longo prazo, o núcleo do PCE fornece um panorama mais claro da tendência da inflação subjacente, na medida em que remove flutuações distorcivas de preços de alimentos e energia. Em outras palavras, o número mostra uma inflação aderente, senão fora de controle.

Outro sinal desse efeito é o Índice de Preços ao Produtor (IPP), que mede os preços médios de venda de produtores internos. O IPP serve de sinal de alerta inflacionário antecipado, pois indica que as empresas estão pagando mais pelos insumos necessários para produzir os bens que chegarão às prateleiras dos varejistas. Em janeiro, o IPP para bens finais subiu 1,2% em bases mensais, enquanto o de serviços avançou 0,4%. Em bases anuais, o IPP teve um salto de 6%.