O que falta para termos mais mulheres em Conselhos de grandes empresas?

 | 14.10.2022 18:05

Há pouco tempo, o Fórum Econômico Mundial realizou um levantamento que revelou um cenário preocupante. Segundo o estudo, seriam necessários mais de 130 anos para atingirmos a tão sonhada paridade de gênero no mercado de trabalho.

Ainda que avanços estejam acontecendo, no Brasil, por exemplo, vimos o número de mulheres em Conselhos de Administração de grandes companhias avançar tímidos 7%, de 124 para 133, segundo dados da Women Corporate Directors Foundation. 

Na B3 (BVMF:B3SA3), como eu mesma já compartilhei com vocês aqui no Investing.com, foi organizada uma audiência pública com o objetivo de aumentar os espaços de minorias dentro das companhias listadas. 

Entre outros aspectos, a ideia é mudar um cenário no qual mais de 60% de 423 negócios analisados disseram não possuir nenhuma mulher na diretoria estatutária e, em 37%, nem no Conselho de Administração. 

Por essas e outras, a Andrea Mansano e a Sandra Marchini, executivas com bagagens bastante ricas de mercado, tiveram a ideia de reunir profissionais que gostariam de fazer parte de conselhos ou que já integram algum para discutir a representatividade feminina nos cargos de chefia das companhias. 

Porém, mais do que apenas debater ideias, o objetivo do “Mulheres no Conselho” é traçar um panorama e plano de ação a fim de fazer com que mais mulheres possam ser parte das lideranças mais estratégicas dentro de negócios. 

E, ao contrário do que muita gente costuma pensar, os homens não devem estar do lado oposto deste movimento. Mais do que ter uma puxando outra, precisamos que eles também abram espaço para que este cenário mude. 

Por isso, gostaria de compartilhar algumas dicas da Maria Fernanda Teixeira e do Eduardo Gouveia durante a última reunião do Conselho, nome dado ao grupo recém formado por Andrea e Sandra, que vão nesta direção.  

A número um vai na linha do que eu disse mais acima e trata de networking. Em muitos casos, procuramos estabelecer conexões com mulheres, mas, é preciso observar a questão de outra forma uma vez que homens costumam ser maioria nos altos escalões e provavelmente será um deles que indicará alguém para um Conselho quando for o caso. Portanto, fuja de eventos voltados apenas para o público feminino e busque algo misto. 

A dois diz respeito às mentorias e também vai na direção de buscar ajuda masculina, novamente considerando o contexto que eu descrevi acima. Se o seu objetivo é chegar ao board das companhias, ser mentorada por um executivo vai te ajudar a compreender o funcionamento dos Conselhos. 

A três diz respeito ao seu diferencial como profissional. O conhecimento técnico é fundamental e o domínio das finanças, por exemplo, é uma característica presente em 100% dos conselheiros de qualquer companhia. Portanto, é preciso que essa habilidade seja dominada pela profissional que deseja alcançar esse posto. 

A quarta e última diz respeito aos skills do “board room presence” ou, na tradução livre, sobre a “presença na sala de reuniões”. Aqui é importante partir do ponto de vista da colaboração com a consciência de que você não está ali para liderar, mas, sim, para contribuir com a sua experiência sem arrogância e com mentalidade positiva. 

Em outras palavras, “domine o Saber para Escolher para Fazer e então Ousar”. 

Ainda há um longo caminho pela frente, mas iniciativas maduras como essa das “Mulheres no Conselho” tratam da questão de forma objetiva e dão esperança de um futuro mais justo para todas as meninas e mulheres que desejam se tornar grandes profissionais. 

Até o próximo artigo!

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