O trade da Bisa

 | 23.01.2014 12:12

Fritando nas entrelinhas (o retorno)

Quando o Copom aumentou a Selic para 10,5% ao ano, parte considerável do mercado surtou em cima do comunicado da decisão, afirmando que a utilização de alguns termos específicos indicava fim do ciclo de aperto monetário. Na ocasião, cheguei a comentar aqui no M5M: “você acha que o Copom vai abdicar de combater a inflação para ser fiel ao seu suposto jogo de palavras?”. Para os Sherlock Holmes das entrelinhas, hoje saiu mais um objeto de investigação. Eis o que disse a ata do Copom: “O Copom pondera que a elevada variação dos índices de preços ao consumidor nos últimos doze meses contribui para que a inflação ainda mostre resistência, que, a propósito, tem se mostrado ligeiramente acima daquela que se antecipava. Nesse contexto, inserem-se também os mecanismos formais e informais de indexação e a percepção dos agentes econômicos sobre a dinâmica da inflação. Tendo em vista os danos que a persistência desse processo causaria à tomada de decisões sobre consumo e investimentos, na visão do Comitê, faz-se necessário que, com a devida tempestividade, o mesmo seja revertido. Dessa forma, o Copom entende ser apropriada a continuidade do ritmo de ajuste das condições monetárias ora em curso.” Não tenho a mesma criatividade investigativa, mas, comunicado por comunicado, suspeito que este praticamente sela a continuidade do ciclo de aperto monetário. Na minha criatividade investigativa, trocaria o “tempestividade” ali por “tempestade”. Está mais na moda.

A nova meta da Dilma

O juro mais elevado não é arma somente contra a inflação. Ele também combate baixa credibilidade e fuga de capitais. No que diz respeito à baixa credibilidade, circulam rumores de que o governo poderá ter uma meta fiscal superior àquela prevista no Orçamento. O que raios isso quer dizer? Que ele quer elevar a meta de superávit primário para 2014. “Poupar” mais para pagar a dívida pública, um dos principais pontos para não sofrer downgrade pelas agências de risco (pois pelo mercado já sofreu). A meta atual de 1,1% é vergonhosa, vai alimentar dívida sobre PIB. Para não ter corte no rating, teria de vir algo próximo de 2%, e sem as habituais maquiagens da contabilidade criativa. Só para constar, uma meta mais rígida ensejaria sacrificar algum crescimento no curto prazo. Sai um pouco do G da conta do PIB.

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China, mostra sua cara

Falando em crescimento, o índice de manufatura chinês medido pelo HSBC caiu de 50,5 pontos em dezembro para 49,6 em janeiro. Nesses indicadores contraintuitivos de indústria, o que vier abaixo de 50 significa retração, e não propriamente a queda diante do dado anterior. De uma forma ou de outra, é ruim. Não precisou de muitos dias de 2014 para a China mostrar a sua cara. De China incógnita, virou risco-China. A cara do Brasil todo mundo já conhece. Economia cíclica, com forte apego a commodities e de moeda frágil. Ou seja, altamente suscetível a um solavanco chinês.


O tuíte do Cerize

Para quem não conhece, o Cerize, da Skopos, é um dos gestores mais respeitados do país. Para quem ainda não conhece, a Tempestade Perfeita (#) é o que você vive agora.

Juro real voando

Uma prova da perda de rating que o mercado já deu no Brasil está na escalada dos juros reais no Brasil. Começamos o ano passado com juros reais longos da ordem de 3,5% ao ano, e terminamos com taxas próximas de 6,5%. De dezembro para cá, a rentabilidade das NTN-B com vencimento em 2019, por exemplo, passou de 6,09% (na compra) para 6,51%. Nos mais longos, a NTN-B Principal 2035, por exemplo, passou de 6,66% em dezembro para 6,89% em janeiro (!). Reflete o aumento das taxas de juros, e a escalada do prêmio de risco-Brasil.

Não morra com o Zap na mão

Com o aumento das taxas, as NTN-B ficaram ainda mais interessante agora, desde que você segure os títulos até o vencimento. Explico... Há sim a possibilidade (existe provabilidade, de provável)? de uma deterioração adicional dos prêmios de risco, o que poderia levar esse juro real para a casa de 8% ao ano, ou mais. Aí, se você quiser vender um título que remunera 6,8% ao ano para um mercado que oferece taxas a 8%, vai se lascar. O mercado pagará menos pelos seus títulos. Mas você já não encontrava esse retorno real (descontada a inflação), com esse perfil de risco em nenhum outro lugar do mundo a 6,5%, ficou ainda melhor a 6,8%. Quando a oportunidade passa na sua frente, você tem que agarrar. Para formação de poupança de longo prazo e desapego da marcação a mercado (sim, ela pode machucar), serve bem.

Oportunidade aberta pela Tempestade

O Ibovespa perdeu os 50 mil pontos e em poucos pregões de janeiro já acumula queda de mais 5%, isso depois de cair 15,5% em 2013. As quedas acumuladas abrem algumas oportunidades interessantes de se comprar ações realmente boas caindo mais de 10% no ano.

Um baita trade

Ao invés de cair, as ações da Brookfield (BISA3) disparam mais de 10% nesta quinta-feira, com um rumor de fechamento de capital da companhia. Se eu acho isso possível? Já faz algum tempo, veja: http://bit.ly/1cZ7nLc. Vender a empresa para o mercado em um IPO a R$ 12, para depois recomprar a R$ 1,2 (sim, a vírgula está no lugar certo) parece mesmo um belíssimo trade. Pergunto: às custas de quem?

Para visualizar o artigo completo visite o site da Empiricus Research.

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