O que Esperar das Ações das Empresas Petrolíferas no Segundo Semestre?

 | 13.08.2020 08:27

Publicado originalmente em inglês em 13/08/2020

O segundo trimestre foi ruim para as empresas petrolíferas. Gigantes da indústria, como Exxon Mobil (NYSE:XOM) e Chevron (NYSE:CVX) registrou um declínio de 73% no lucro em comparação com o mesmo período do ano passado.

Tudo isso já era esperado, na medida em que a política de superprodução da Arábia Saudita em abril fez disparar a oferta de petróleo, ao mesmo tempo em que provocou a queda dos preços. O mais sintomático é que isso aconteceu durante a adoção de medidas de confinamento para conter a disseminação da pandemia de coronavírus, que devastou a demanda petrolífera.

Em razão desses acontecimentos, é preciso levar em consideração duas importantes questões:

  1. Quanto os preços do petróleo podem se recuperar agora que a Arábia Saudita voltou aos seus níveis normais de produção e os países estão reabrindo suas economias?
  2. Será que as empresas petrolíferas terão um desempenho melhor no segundo semestre de 2020?

O problema com a perspectiva da Saudi Aramco

A Saudi Aramco apresentou uma visão bastante positiva para o segundo semestre do ano durante sua teleconferência na segunda-feira. De acordo com o CEO da empresa, Amin Nasser, a gigante do setor de energia acredita que o crescimento do consumo de petróleo na Ásia ajudará a recuperar os lucros na segunda metade do ano. Aparentemente, essa parece ser uma boa estratégia. A Ásia, em especial a China, registrou a maior queda na demanda de petróleo no início de 2020 e já estava começando a ver um repique em março e abril, quando o consumo petrolífero na Europa e na América do Norte atingia seu ponto mais baixo.

Entre 70% e 75% das vendas de petróleo da Saudi Aramco têm como destino a Ásia, portanto a empresa deve se beneficiar mais com a retomada da demanda no continente. Entretanto, existe um problema sério com essa perspectiva.

O petróleo é uma commodity global, e a demanda asiática não é o fator preponderante na definição da cotação do produto no mundo. Mesmo com o crescimento da demanda na China nos últimos meses, os preços do produto permaneceram estáveis, oscilando levemente dentro da faixa de US$ 40-45 nos últimos dois meses e meio.

Os Estados Unidos são os maiores consumidores de petróleo e a maior potência econômica do planeta; portanto, o noticiário econômico e os dados de consumo petrolífero no país tendem a exercer mais influência sobre a cotação mundial do petróleo do que essas mesmas informações na China. Se os preços do mercado não subirem, a Aramco enfrentará dificuldades em elevar seus preços oficiais.

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