Os EUA vão dar calote na dívida?

 | 23.05.2023 09:50

Os EUA estão perigosamente perto de atingir o teto da dívida pública, mas os mercados não demonstram qualquer preocupação com um possível impasse político capaz de fazer o país entrar em “default”.

O episódio de 2011 nos ensinou como os esquemas de incentivo político podem arrastar as negociações até o último minuto e fazer com que os investidores considerem uma probabilidade maior de um resultado negativo real.

No sistema monetário americano, o governo não necessita de dinheiro para gastar.

Como emissor da moeda, o governo, por meio do gasto deficitário, pode aumentar a riqueza líquida recorrendo, por exemplo, a cortes de impostos, o que aumenta os recursos disponíveis da população para gastar, sem incorrer em qualquer responsabilidade direta.

A verdadeira restrição para o gasto deficitário descontrolado não é "onde o governo vai encontrar dinheiro", mas sim a inflação. Grandes déficits podem estimular uma demanda excessiva e improdutiva, que muitas vezes não pode ser suprida por um rápido aumento na oferta ou nos recursos disponíveis. Nesse caso, a consequência é uma desagradável espiral inflacionária.

De qualquer forma, temos também outra regra contábil autoimposta que determina que o governo não pode ter um patrimônio líquido negativo. Portanto, para "financiar" seus gastos deficitários, devemos emitir títulos, como mostra a tabela abaixo.