Os Fundos Multimercados Deixaram a Desejar em 2021…
Rebeca Nevares | 08.01.2022 10:45
Conhecidos por trazer boa diversificação de ativos, os multimercados já não têm agradado tanto os investidores. Se antes da pandemia o cenário econômico já era complexo, após o aparecimento do coronavírus , ficou ainda pior. E isto afetou as gestoras, em especial, as que apostam neste modelo.
De acordo com dados da Economatica, divulgados pelo E-Investidor, em três meses (setembro, outubro e novembro), os investidores resgataram mais de R$25 bilhões nesta modalidade.
Além disso, ainda de acordo com a entidade, entre janeiro e novembro de 2021, a média de retorno dos multimercados foi de menos de 1%. O resultado contrasta com 2020, quando a rentabilidade foi de 5%. Entre 2018 e 2019, a mediana ficou entre 7% e 11%.
Fica claro, a partir das informações acima, que há uma “desaceleração” nesta modalidade. Sobretudo, quando olhamos para o lendário fundo Verde, com retorno acumulado de mais de 18.000%. Em 2021, ele registrou queda anual, a segunda vez que isto ocorre desde a sua criação, em 1997. Um evento raro, sem dúvidas.
Este cenário tem sido gerado por uma série de fatores. O principal, eu diria, é o aumento da taxa básica de juros. No início do ano passado, iniciamos com a Selic a 2% e fechamos em quase 10%.
Este movimento ocorreu como resposta do nosso Banco Central ao descontrole inflacionário. Vale ressaltar que este é um problema mundial, mas no Brasil ele é agravado pelo desequilíbrio fiscal e pela instabilidade política que impede o governo de avançar com reformas estruturantes.
Também é importante lembrar que em 2022 teremos eleições presidenciais e estaduais, o que certamente trará um ambiente ainda mais volátil para o investidor. Não é sem motivo que a bolsa de valores encerrou o ano no negativo e a renda fixa liderou a captação em 2021.
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Isto nos mostra que o investidor tem analisado o cenário e quer correr menos riscos.
E de fato, uma alternativa é o mercado de renda fixa. Quando falamos nesta modalidade, muitos pensam apenas em títulos do governo. Porém, o leque de opções é muito maior e o investidor mais atento pode se beneficiar disso por meio do crédito privado, por exemplo.
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Hoje, já é possível encontrar papéis que pagam a inflação e mais uma taxa bem atrativa, seja emprestando dinheiro para o Tesouro ou para empresas. Importante é pesquisar, entender e diversificar sua carteira. Na dúvida, busque um profissional para isso.
Se você tem alguma questão ou quer me ver comentar algum tema em especial, deixe aqui nos comentários. Que este ano seja repleto de bons negócios! Feliz 2022!
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