Ovinos: Preços Médios Estaduais do Cordeiro Vivo Recuaram em Fevereiro

 | 22.03.2021 15:54

Os preços médios estaduais do cordeiro vivo recuaram na maioria das regiões pesquisadas pelo Cepea em fevereiro. Os estados que registraram as maiores desvalorizações foram Paraná e São Paulo, com respectivas variações negativas de 18% e 13%. Já no mercado de carne ovina, os valores estaduais da carcaça permaneceram praticamente estáveis na comparação com os de janeiro.

As quedas nos preços do vivo estiveram atreladas à baixa demanda pela carne do animal, diante do endurecimento das medidas de isolamento social para contenção da pandemia de covid-19. Isso porque os maiores ofertantes da proteína ovina ao consumidor final são restaurantes, bares, hotéis e outros estabelecimentos de foodservice, que tiveram suas atividades reduzidas no período.

É importante destacar que a oferta de cordeiro vivo pode diminuir no segundo semestre de 2021 devido à falta de animais com qualidade corporal adequada neste período de preços menores e custos de produção elevados, principalmente dos insumos voltados à dieta e suplementação, que, por sua vez, estão atrelados às altas nos preços dos grãos e à desvalorização do Real frente ao dólar.

Para a carcaça ovina, a pouca movimentação no mercado e a baixa liquidez em todos os elos da cadeia mantiveram as cotações estáveis em fevereiro – frigoríficos e abatedouros não compraram animais durante o mês, sustentando as cotações de seus produtos para o varejo.

Quanto às importações de carne ovina, em linha com as expectativas do início do ano, as compras do mercado internacional em janeiro de 2021 foram 28% maiores que as de janeiro de 2020, conforme dados da Secex divulgados em fevereiro. No entanto, esse cenário não deve se manter nos próximos meses, visto que a demanda por carne ovina está enfraquecida no mercado doméstico.

Nesse contexto, a expectativa para os próximos meses é de um mercado com poucas movimentações até que a procura volte a subir. Assim, os investimentos na atividade por parte dos produtores devem seguir baixos até que os custos de produção e os valores do animal e da proteína retomem patamares satisfatórios.