Panorama Econômico: Chegando em 2023

 | 16.12.2021 10:13

Caminhamos para um fim de ano pior do que esperávamos. Em que pese a queda das taxas de juros futuros, o dólar continua bem acima do que se esperava – não para nós – e a atividade econômica está em queda, e assim estará por alguns trimestres. O PIB deste ano não atingirá o carry over de 2020 e o de 2022 cairá entre 1% e 2%.

Os juros cederam a partir da interpretação “benigna” da PEC dos precatórios pelo mercado – isto é, uma referência para o fechamento do orçamento de 2022 com menos espaço (?) para a criatividade do centrão - e da sinalização do Copom de alta mais modesta, porém mais duradoura, da Selic.

O viés para a incerteza e a volatilidade é para cima. O Congresso não deve encaminhar qualquer mudança mais relevante para a economia em 2022, mantendo seu foco na campanha eleitoral. Razoável imaginar que o “novo” Congresso encaminhe reformas que o Executivo defina ainda no começo de 2023. Assim, decisões mais graves de investir ficam adiadas.

Com isso, a recuperação do mercado de trabalho continuará lenta e frágil. A desinflação pode reduzir as perdas de renda, mas, acompanhada de juros altos, inibirá a expansão do crédito.

No prazo mais curto, as estratégias dos principais candidatos podem se basear tanto em antecipação quanto em diferimentos de posicionamentos, até eventual segundo turno. Dado o peso que o tema fiscal ganhou nos anos recentes, o cenário mais favorável é que os candidatos consigam reduzir os choques com o mercado ao longo do segundo semestre, ficando o nível de incerteza mais estabilizado no fim do ano. Mas o nível da estabilização fica indefinido.

Mas, como a recessão e o desemprego vão estar na pauta dos debates e embates, o equilíbrio possível entre promessas de campanha para ter votos e ter apoio do mercado (leia-se juros mais comportados) vai ser delicado. Ganha quem tem mais competência política.

Assim como temos um pano de fundo nacional, delineado acima, temos o dominante global. A política monetária americana tem viés de piorar as condições financeiras globais e elevar o risco de instabilidade financeira. As eleições para renovação de parte do Congresso devem prejudicar Biden.

A postura da Rússia e da OCDE (e da União Europeia) pode manter a tensão sobre as commodities energéticas elevada. A China e o Oriente Médio vão continuar incomodando o Ocidente.

A Covid-19 pode afetar as perspectivas econômicas ao atrapalhar a superação dos gargalos na produção e na logística. As exportações chinesas estão exportando inflação, ao invés da deflação verificada em boa parte dos anos 2000. Uma recuperação eficaz demandaria planejamento, no sentido de acelerar o fim dos gargalos.

Em 2018, choques adversos (greve dos caminhoneiros, crise na Turquia e na Argentina, Lula na dianteira das pesquisas) aceleraram a alta do câmbio e dos juros. Um pouco de teimosia e muita de uma facada ajudaram o BCB a manter a Selic. A ver.

Abaixe o App
Junte-se aos milhões de investidores que usam o app do Investing.com para ficar por dentro do mercado financeiro mundial!
Baixar Agora

Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.

Sair
Tem certeza de que deseja sair?
NãoSim
CancelarSim
Salvando Alterações