Dólar: Briga Entre Comprados e Vendidos na Ptax Deixa Mercado Ainda Mais Instável
Vanessa Blum Colloca | 25.02.2022 06:00
O cenário global já é de aversão a risco devido à guerra entre Rússia e Ucrânia. E, por aquil teremos hoje um componente adicional que é a formação de Ptax, antecipada para hoje devido ao Carnaval. Volatilidade é garantida e a briga entre comprados e vendidos promete um pregão bastante instável.
Após ter chegado a ser negociado no dia anterior a R$ 4,99 nas mínimas do dia e ter fechado a R$ 5, no menor nível desde 30 de junho, o dólar à vista saltou ontem para R$ 5,1632, na máxima da sessão, e encerrou mais acomodado, a R$ 5,1052 (+2,02%).
Ontem, o volume de contratos negociados no mercado de dólar futuro na B3 (SA:B3SA3) somou 512.165, movimentações acompanhadas de fortes volumes costumam indicar mudanças estruturais de posicionamento de investidores, o que poderia significar, na situação atual, maior demanda por dólar nos próximos dias.
Investidores correm para o dólar em momentos de instabilidade, guerra, crises e tensões. Esse movimento é normal.
O dólar operou em alta ante moedas rivais, com o mercado digerindo os desdobramentos da invasão russa à Ucrânia e uma forte aversão a risco, que deve continuar hoje. Ontem vimos muita realização de lucros no mercado de câmbio, após vários dias de queda e esse movimento deve continuar hoje.
A reação do mercado à eclosão da guerra entre Rússia e Ucrânia foi tradicional: liquidação de ativos de risco e busca de abrigo no dólar e nos títulos do Tesouro americano , cujas taxas recuaram.
Além disso o dólar americano poderá ser favorecido pelas expectativas de seis ou sete aumentos nas taxas de juros dos EUA. Mas há controvérsias sobre isso. Principalmente após a eclosão da guerra, que pode fazer esse ritmo ser repensado.
Mas aqui a reação deve ser mais amena. O fluxo de recursos ao redor do mundo e, sobretudo aos emergentes, tende a diminuir no curto prazo, o que tira fôlego do real. De outro lado, a alta das commodities , benéfica para os termos de troca brasileiros, e a perspectiva de alta da taxa Selic para a casa de 12% ajuda a moeda brasileira. Mais um cabo de guerra real x dólar.
Vamos aos negócios! Bom final de semana, pessoal!
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