PEC dos Precatórios Avança

 | 24.11.2021 08:57

Depois de um dia de muita volatilidade nos mercados, ao fim algum avanço se fez notar com a apresentação do texto final da PEC dos precatórios em Comissão. Agora vai a votação no Senado, talvez, na semana que vem. O relator quer que seja agora na quinta-feira. Dentre as decisões, a previsão de que o Auxílio Brasil seja permanente, não respeitando o teto de gastos ou a LRF.

Nos EUA, depois de Powell confirmado, o mercado passou a apostar numa antecipação no ciclo de alta de juros, diante de uma inflação persistente. Ontem foi dia de cautela no exterior, também, pelo avanço da Covid na Europa.

Os yelds dos treasuries atuaram “esticados”, assim como as bolsas em NY em queda, com destaque para o Nasdaq, recuando 0,5%.

No Brasil, o Ibovespa operou dividido entre a alta das commodities e a cautela com a PEC dos precatórios. No fim, depois de um pregão bastante volátil, fechou em alta de 1,5%, a 103.653 pontos. Já o dólar abriu em queda, mas ganhou tração, com a perspectiva de antecipação na elevação do juro. Ao fim, fechou a R$ 5,6087 (+0,27%).

PEC dos Precatórios/h2

Na CCJ do Senado, o texto acabou finalizado e algumas medidas merecem menção, como a permanência do Auxílio Brasil, mesmo que não hajam garantias de que haverão recursos para bancá-lo, depois de 2022. São cerca de R$ 51 bilhões em novos gastos. E isso veio numa maré em que a MPdo auxílio foi aprovada, com reajuste pelo INPC, e o STF aceitou a ampliação deste programa em ano eleitoral.

Inflação no mundo/h2

A percepção de uma inflação global como resultado da pandemia da Covid-19 ganha força, ainda mais depois dos índices de preço nos EUA, na Europa, na China, etc. Maior desafio aqui é normalizar o fornecimento de insumos, matérias primas, chips para as várias cadeias produtivas por este mundo.

Nos EUA/h2

Joe Biden anunciou nesta terça-feira o liberar de 50 milhões de barris de petróleo da sua reserva estratégica. É mais um esforço no sentindo de inibir a alta nos preços do barril de petróleo, um dos fatores de pressão inflacionária. Esta decisão deve ter impacto no curto prazo, mas algo mais aprofundado, apenas partindo da OPEP+. Objetivo do presidente dos EUA seria ao mesmo tempo mandar um recado a OPEP+, aumentando a pressão sobre os aliados, como Arábia Saudita, e tentar ganhar espaço com a opinião pública interna.

No Brasil, o grande problema é o dólar em alta, o que encarece tudo que o país importa, inclusive petróleo refinado. Todos sabemos que produzimos petróleo bruto, exportamos e importamos petróleo refinado, pela ausência de refinarias. Até houve algum esforço nos últimos anos, mas muitas se perderam no sobrepreço e na corrupção generalizada. Isso tudo deve levar o presidente Bolsonaro a continuar a se omitir sobre qualquer responsabilidade e forçar a alteração na política de preços da Petrobras (SA:PETR4), por enquanto, parada no Senado. O que se debate por lá é um fundo de equalização do preço, com pouca chance de evoluir.

Instrumentos do Bacen /h2

O Bacen possui diversos instrumentos. O uso da política de juros, pelas regras do Copom, é o mais comum, mas também as alterações do compulsório e também da taxa de redesconto. Neste momento de crescimento da demanda, com alguma pressão nos preços, resolveu alterar o compulsório, de 17% para 20%, retirando R$ 42 bilhões do sistema de crédito. Na pandemia este havia sido reduzido de 31% para 17%.

Frigoríficos liberados/h2

Autoridades chinesas estão liberando a compra de carne brasileira, com destaque para aquela que obteve autorização sanitária antes do embargo. São cerca de 120 toneladas certificadas antes de 4 de setembro a aguardarem autorização nos portos chineses. O ministério da Agricultura espera que este embargo seja levantado ao fim do ano.

Indicadores/h2

Na Zona do Euro, foram divulgadas as prévias dos PMIs de novembro acima das expectativas. Manufaturados veio em 58,6 pontos (exp. 57,4), composto em 55,8 (exp. 53,0) e Services em 56,5 (exp. 53,5).

Na Alemanha, também surpresa para cima. O de manufaturados ficou em 57,6 (exp. 56,9), o composto em 52,8 (exp. 51,0) e o de serviços em 53,4 (exp. 51,5).

No Reino Unido, o de manufaturados veio em 58,2 (exp. 57,3), composto em 57,5 (exp. 57,5) e serviços em 58,6 (exp. 58,5).

Mercados/h2

Esta terça-feira (dia 23) num pregão de bastante volatilidade, o Ibovespa deu uma respirada ao final, subindo 1,5%, a 103.653 pontos, no mercado cambial, o dólar também cedendo, mas ao fim ganhando força, diante da perspectiva de antecipação do juro nos EUA, e depreciação da lira turca. Ao fim do dia, subiu 0,27%, a R$ 5,6087.

Na madrugada do dia 24/11, na Europa (05h12), os mercados futuros operavam mistos: DAX (Alemanha) recuando 0,01%, a 15.935 pontos; FTSE 100 (Reino Unido), +0,36%, a 7.293 pontos; CAC 40 +0,34%, a 7.068 pontos, e EuroStoxx50 +0,22%, a 4.293 pontos. Segue a cautela pelo risco de contaminação da Covid na Europa Oriental. Países mais preocupantes são a Áustria, República Eslováquia, Bélgica, Holanda, etc. Receio aqui recai sobre os não vacinados, em lockdown absoluto.