Perspectiva Para 2020: Dólar e Ouro Podem Subir; Proteger o Capital é Essencial

 | 03.01.2020 11:22

Por Caroline Gerber

Em 2019, as ações atingiram máximas históricas, apesar das constantes preocupações com a desaceleração do crescimento mundial.

Os imprevistos do Brexit e as tensões da guerra comercial entre EUA e China dominaram as manchetes ao longo de todo o ano passado, mas os avanços feitos nesses dois fronts – a vitória acachapante de Boris Johnson em meados de dezembro e a possível primeira fase do acordo comercial – arrefeceram as preocupações dos investidores. Além disso, os mercados financeiros praticamente ignoraram o processo de impeachment contra Trump, por considerar que sua remoção do cargo seria improvável.

Durante o ano, o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) reduziu as taxas de juros em três oportunidades, ao mesmo tempo que o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, implementava novos estímulos monetários antes do fim do seu mandato. Em novembro, Christine Lagarde assumiu sua posição.

Hong Kong, centro financeiro da Ásia, foi tomada por protestos contra o governo a partir de junho. A incerteza gerada desde então vem pesando sobre as ações, bem como sobre a economia local e possivelmente mundial, mantendo os mercados em alerta.

Os persistentes ventos contrários à economia global ajudaram a impulsionar o ouro, que subiu 15,78% em 2019. Os distúrbios políticos, os riscos da guerra comercial e a estagnação do crescimento na Europa e no Japão continuaram ameaçando os mercados.

A valorização dos mercados de petróleo foi atenuada por temores de uma desaceleração da demanda mundial, bem como pelo recorde de produção nos EUA. Embora o petróleo tenha subido cerca de 34,46% em 2019, essa alta parece ser menos expressiva se considerarmos que a commodity havia recuado quase 25% de outubro a dezembro de 2018.

Confira o que alguns dos nossos colunistas mais seguidos esperam do ouro, do dólar e dos mercados em geral com a chegada de 2020.

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Para definir minhas expectativas com as principais moedas neste ano-novo, procurei me debruçar sobre os dados de posicionamento de longo prazo do relatório “Commitment of Trader (COT)”, da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC, na sigla em inglês).

No início desta nova década, os investidores do mercado de câmbio não estão mostrando desequilíbrios significativos em relação ao ano passado. No entanto, vale a pena destacar que o posicionamento altista no dólar apresentou um declínio para a mínima de 52 semanas, preparando o terreno para outra possível pernada de alta da moeda de reserva mundial.