Petrobras: Qual a Importância de Manter a Política de Paridade?

 | 15.03.2022 11:43

Uma das principais discussões da semana girou em torno do preço dos combustíveis. Já pressionados pela pandemia e fatores relacionados à demanda, os valores do barril do petróleo comercializados nos mercados internacionais seguem em uma tendência de alta, sobretudo, com a guerra iniciada no leste europeu entre Rússia e Ucrânia. 

No Brasil, desde 2016, a Petrobras (SA:PETR4), que detém quase a totalidade do monopólio da produção da commodity no Brasil, tem adotado uma política de preços que, em tese, se baseia no mercado internacional. 

Digo em tese, pois o recente aumento de 18,8% na gasolina e 24% no diesel de uma só vez, reflete um repasse tardio e que foi amplamente criticado por diversos agentes.   

Contudo, ainda que este movimento cause inflação - há quem diga que o aumento nas refinarias possa elevar o IPCA em 0,6% -, existe uma lógica por trás da paridade. Sabemos dos impactos sociais e econômicos causados pelos aumentos e não estamos de olhos fechados para isso. 

Quase toda a cadeia logística interna é dependente de caminhões e os impactos são quase que imediatos. Porém, precisamos refletir sobre os efeitos de intervenções na maior estatal do Brasil. 

De forma resumida, o Preço de Paridade de Importação (PPI) é uma métrica utilizada para a definição de preços com base no custo de importação do produto para um local. Ele é calculado com base nas despesas relativas à logística, câmbio e margem dos operadores. 

Estabelecer os preços em linha com o PPI é importante na medida em que o Brasil não é autossuficiente em derivados de petróleo, em especial, o diesel. 

Ou seja, ainda dependemos, em grande parte, de agentes externos para importar a commodity. Caso a Petrobras comercialize o produto abaixo do PPI, as empresas que compram e distribuem combustível no país saem do mercado, deixando a estatal responsável por toda a distribuição interna. 

Entre 2011 e 2014 testemunhamos um cenário que pode se repetir. Após intervenções do governo Dilma, a companhia se tornou uma das mais endividadas do mundo (mais de R$500 bilhões) e suas ações chegaram a ser negociadas abaixo de R$5. 

Com as mudanças iniciadas na gestão de Michel Temer, ela se reequilibrou, retomou a credibilidade e hoje é uma das maiores pagadoras de dividendos da nossa bolsa de valores. Obviamente, não queremos que os mesmos problemas se repitam. 

Isto porque, os efeitos na economia são diversos. Entre eles, a fuga de investidores. Sabemos que interferências do governo no setor privado têm, por padrão, a característica de espantar o capital externo. 

Propostas que visam a utilização dos lucros da Petrobras em detrimento de acionistas tendem a ser extremamente negativas e prejudiciais para toda a população. 

Sabemos que ela ocupa a posição de segunda maior empresa do índice Ibovespa, atrás apenas da Vale (SA:VALE3). Uma eventual intervenção pode aumentar ainda mais a volatilidade do mercado brasileiro e promover uma fuga de capitais, dois ingredientes relevantes para que a inflação siga em alta.

Do lado do(a) investidor(a) brasileiro(a), cabe o papel de ficar atento(a) para avaliar esses momentos. Conversar com sua assessoria é fundamental para identificar os melhores caminhos. Fique de olho nisso! 

Abaixe o App
Junte-se aos milhões de investidores que usam o app do Investing.com para ficar por dentro do mercado financeiro mundial!
Baixar Agora

Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.

Sair
Tem certeza de que deseja sair?
NãoSim
CancelarSim
Salvando Alterações