Bruce Barbosa | 21.06.2022 15:33
Você investiria em uma empresa que perde quando o petróleo cai e que seu controlador não a deixa ganhar quando o petróleo sobe?
Nos últimos dias, vimos todo o sistema brasileiro se unindo contra a Petrobras (SA:PETR4). Executivo, Legislativo e Judiciário determinados a atacar uma empresa controlada pelo próprio governo.
A Câmara ameaça dobrar a taxação dos lucros da empresa.
O STF determinou que a empresa informasse os critérios da política de preços.
O presidente fala em traição e que a companhia poderia mergulhar o Brasil num caos.
Resultado: José Mauro Coelho pediu demissão de seu cargo de presidente após apenas 68 dias no cargo.
É o terceiro presidente a pedir o boné em 3 anos.
Nos últimos 10 anos, as ações de Petrobras vêm apenas seguindo o petróleo.
Como deveria ser. É interessante observar que o petróleo nem subiu muito na última década.
Afinal, a longo prazo, suas ações seguem seus resultados.
O que mudou então?
O dólar subiu enormes +158 por cento nos últimos 10 anos.
Com ele, a Petrobras também subiu, pois vende um produto dolarizado.
Por que apenas repassar os aumentos causou um problema tão grande para a estatal?
Vamos entender.
Nos governos Lula e Dilma, a Petrobras quase quebrou por subsidiar os combustíveis no Brasil.
O motivo é simples. O Brasil é autossuficiente em petróleo, mas 30 por cento do diesel é importado.
Comprar diesel caro lá fora e vender diesel barato no Brasil causou enormes prejuízos para a Petrobras.
Com isso, para proteger a empresa de governos populistas, em 2016, o Governo Temer criou a atual política de preços da Petrobras.
Desse modo, tivemos o terceiro presidente demitido que não aceita os riscos de ser processado na pessoa física por deixar de atender aos interesses dos acionistas.
Você correria esse risco?
Brasília, com a perspectiva das eleições ainda este ano, está em uma missão para conseguir reduzir os preços dos combustíveis.
Afinal, os combustíveis impactam diretamente no preço dos bens (via preço do frete) e a inflação elevada tira votos dos nobres congressistas.
Só nos últimos 12 meses, a gasolina subiu 28,73 por cento e o diesel 52,27 por cento.
Mesmo após o aumento de preços, a defasagem ainda é de 9 por cento no diesel e 5 por cento na gasolina, segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).
Vale a pena lembrar que o governo é o MAIOR beneficiado pelos lucros da Petrobras (em impostos e dividendos pagos pela empresa).
Em meio ao furacão de ideias populistas, retrógradas e ruins, surge uma luz no fim do túnel.
Torcemos para que Petrobras seja privatizada.
Mas seria um processo bastante longo, já que primeiro o governo teria que quebrar o monopólio da empresa no setor.
Seria bom demais para ser verdade…
Com resultados que apenas acompanham o petróleo em dólar (vimos no gráfico acima) e com um controlador que não quer deixar a empresa ganhar dinheiro?
Mesmo negociando a baixíssimos 2x Ebitda, não.
(2x Ebitda é o quanto pagamos pelos resultados, portanto quanto menor esse número melhor. Imagine que o Ebitda é 1bi de reais; a 2x, pagamos 2 bilhões pela empresa. A 5x Ebitda, pagaríamos 5bi).
No entanto, se ela for realmente privatizada (improvável), a nossa opinião muda.
Teríamos que rever quais seriam as oportunidades de crescimento que um novo controlador traria.
O fluxo negativo de Petrobras, nos últimos dias, descolou as petroleiras do petróleo.
PetroRio (SA:PRIO3), 3R (SA:RRRP3) e Petrorecôncavo (SA:RECV3) despencaram junto à Petrobras.
Apesar de improvável, aumentar os impostos para a exportação de petróleo no Brasil seria péssimo para a Petrobras, mas também para as minors (pequenas petroleiras).
O aumento do imposto seria um enorme tiro no pé.
Impactaria também as majors (grandes petroleiras), que reduziriam investimentos na exploração do pré-sal, reduzindo os impostos pagos à União.
Poderia tirar a autossuficiência brasileira no petróleo.
O aumento de impostos poderia reduzir os impostos e encarecer o combustível no Brasil.
Mas é um risco.
Petrobras é barata (a 2x Ebitda), mas temos muitas outras oportunidades em empresas que crescem mais e não possuem um controlador problemático.
A 5x Ebitda (barato), PetroRio está em uma fase de investimentos que pode elevar sua produção de petróleo em 5x nos próximos 4 anos.
Hoje a companhia produz cerca de 35 mil barris de petróleo por dia.
Recentemente, anunciou a compra de Albacora Leste, que deverá adicionar mais 50 mil barris (após investimentos).
Nas próximas semanas, pode anunciar a compra de Albacora, que deverá adicionar mais 75 mil barris.
Ainda, teremos o início da produção de Wahoo (40 mil barris) em 2024.
Aproveite a dinâmica maravilhosa de produção, resultados e ações crescentes.
Compre PRIO.
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