Petróleo: dia volátil com foco em negociações sobre Gaza
Rafael Davi Hack | 01.02.2024 18:43
O mercado de petróleo teve uma sessão turbulenta, com os preços dos contratos futuros registrando uma queda de mais de 2%. A volatilidade foi impulsionada pelas especulações em torno das negociações de um possível cessar-fogo entre Israel e Hamas, além das reações às declarações do presidente do Federal Reserve e aos dados econômicos divulgados. Os analistas destacam que, apesar das tensões geopolíticas, as perspectivas fundamentais apontam para uma tendência de baixa nos preços do petróleo. O cenário geopolítico e as perspectivas do mercado serão fatores importantes a serem observados nos próximos dias.
O mercado de petróleo experimentou uma sessão agitada, caracterizada por especulações em torno das negociações de um possível cessar-fogo entre Israel e Hamas. Os contratos futuros de petróleo encerraram o dia com uma queda superior a 2% nesta quinta-feira, 1º de fevereiro, devido às informações que circulavam entre os operadores sobre a perspectiva de um acordo para encerrar o conflito em Gaza.
No final da tarde, surgiram relatos de que o Hamas teria confirmado ter recebido uma proposta de cessar-fogo apresentada por Israel. Essa notícia inicialmente pressionou os preços para baixo. No entanto, anteriormente, houve informações de que o Catar teria negado a notícia de que Israel havia firmado um acordo de cessar-fogo, o que levou a uma redução nas perdas dos preços da commodity.
O preço do barril de petróleo WTI para março registrou uma queda de 2,68%, equivalentes a -US$ 2,03, e fechou em US$ 73,82 na New York Mercantile Exchange (Nymex). Já o barril de Brent para abril recuou 2,30%, com uma queda de -US$ 1,85, e encerrou o dia em US$ 78,70 na Intercontinental Exchange.
Além das especulações em torno do cessar-fogo em Gaza, a volatilidade dos preços do petróleo também foi influenciada pela reação do mercado às declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. Powell afirmou na quarta-feira que seria prematuro reduzir a taxa básica de juros nos Estados Unidos durante a próxima reunião do BC em março. Essa declaração gerou incertezas no mercado em relação à política monetária e seus possíveis impactos na demanda por petróleo.
Outro fator que contribuiu para a volatilidade dos preços foi a divulgação do índice de gerentes de compras (PMI) da indústria dos Estados Unidos. O PMI avançou de 47,4 em dezembro para 49,1 em janeiro, contrariando as expectativas de queda. No entanto, o índice permanece abaixo de 50, indicando uma contração na atividade industrial.
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Os analistas do Citi observaram que as tensões geopolíticas que impulsionaram os preços do petróleo devem dar lugar à análise dos fundamentos do mercado, que indicam uma tendência de baixa nos preços. Eles destacaram que, apesar dos riscos geopolíticos, como os ataques com drones na Ucrânia e as possíveis ações dos EUA em resposta a agressões contra tropas americanas na Jordânia, espera-se que as bases do mercado de petróleo enfraqueçam no médio prazo, exercendo pressões de baixa sobre os preços.
As especulações relacionadas às negociações sobre um cessar-fogo entre Israel e Hamas provocaram turbulência no mercado de petróleo, resultando em uma queda de mais de 2% nos preços. Além disso, as declarações do presidente do Federal Reserve e os dados econômicos divulgados também influenciaram a volatilidade dos preços. O cenário geopolítico e as perspectivas fundamentais do mercado de petróleo serão fatores importantes a serem monitorados nos próximos dias.
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