Polarização Surge para 2022

 | 11.03.2021 11:43

Mercados devem operar em volatilidade, mas em tendência de alta, de olho no trâmite da PEC Emergencial no Congresso, e repercutindo do primeiro discurso de Lula, depois de se tornar “ficha limpa”. No BACEN, os leilões de swap de dólar seguem ocorrendo, no intuito de um câmbio menos depreciado, diante da proximidade da reunião do Copom da semana que vem. 

Nesta quinta-feira, a continuidade das discussões sobre a PEC Emergencial, na polêmica do destaque sobre congelamento do salários dos servidores. Ao fim do dia de ontem, lideranças do governo conseguiram trocar este congelamento pela concessão de promoções. Manteve-se o impacto favorável de economia em até R$ 15 bilhões ao ano, embora não saibamos ainda quanto será pela manutenção das promoções. Conclui-se ainda que a tal base governamental, povoada por políticos do Centrão, não parece ser tão fiel assim, mais preocupada com os interesses a serem colocados na mesa. 

No Bacen, continuam os leilões de “swap” nesta quinta-feira, próximos a US$ 1 bilhão. Isso pode ser interpretado como uma prevenção pela proximidade da reunião do Copom da semana que vem. É interessante o desarme da trajetória recente do dólar, num momento em que os diretores do Copom decidem para quanto vai a taxa de juros. 

Há um consenso de que teremos alguma alteração, mas não sabemos em que intensidade. Se antes era 0,5 ponto percentual, elevando a taxa a 2,5%, agora não descartamos 0,75%. Na visão de Sergio Goldestein, ex-diretor do Demab, “preocupado com a inflação e o cenário político, o Bacen resolveu quebrar a perna dos comprados em dólar, vendendo para baixo, aumentando o risco de posições especulativas ou de hedge, na tentativa de mitigar uma espiral negativa.” 

Em paralelo a isso, o BACEN decidiu por prorrogar a redução da alíquota sobre compulsório de depósitos a prazo, em 17%, não elevada a 20% agora em abril. Esta taxa deve ser mantida até novembro. 

Acreditamos que no Copom de quarta-feira que vem, deve-se optar por um ajuste da Selic em 0,5 ponto percentual, até porque a inflação segue em trajetória preocupante, dada a alta das commodities e o câmbio depreciado, mas podendo ser temporária. No contrapé disso, ainda temos a pandemia em trajetória caótica. 

Essa parece ser, também, a preocupação do ex-presidente Lula, depois do seu primeiro discurso como “ficha limpa”. Realmente, foi um discurso para “lavar a alma da militância”, mas restam dúvidas sobre seu alcance. Não dá para achar que toda a agenda, traçada pelo ministro Guedes, de reformas estruturais, privatizações, descentralização de recursos e melhoria no ambiente de negócios, deva ser atacada pelo já candidato Lula da Silva. A agenda econômica é a que defende o setor empresarial e a mais acertada, adotada em vários países do mundo. Condenar, por exemplo, o sanenamento da Petrobras (SA:PETR4), depois da “destruição” empreendida pelo lulo-petismo, é não querer encarar a realidade crua dos fatos. Ser contra as reformas, a independência do BACEN....

Realmente, foi um discurso para os militantes, não para o Brasil. A concordar, apenas a abordagem sobre a pandemia, ao nosso ver, muito mal conduzida pelo presidente Bolsonaro. 

Sobre esta, o cenário é de horror, de ruptura. Morreram na quarta-feira, em 24 horas, 2,3 mil pessoas, já mais de 260 mil até aqui. Novas internações seguem em torno de 80 mil. E a postura do presidente e equipe, na solenidade do Palácio do Planalto, liberando a compra de vacinas pela iniciativa privada, todos usando máscara, já pode ser vista como uma resposta às críticas de Lula ao caos atual. Estimam-se mais 70 milhões de doses de vacinas até junho. 

Agenda/h2

Além do IPCA de fevereiro e do leilão extra de swap e de títulos públicos, destaquemos os BALANÇOS de BRMalls (SA:BRML3), Enauta (SA:ENAT3), Light (SA:LIGT3), Moura Dubeux (SA:MDNE3), Tenda (SA:TEND3) e Marisa (SA:AMAR3), depois do fechamento do mercado. Em paralelo, teremos teleconferências da Eneva (SA:ENEV3) (9h), Aliansce Sonae (SA:ALSO3)e e Terra Santa (SA:TESA3) (11h) e Estapar (SA:ALPK3) (sem horário). 

Comportamento dos ativos/h2

Bolsa de valores no Brasil registrou bom comportamento de alta, acompanhando NY, nesta quarta-feira. A B3 avançou 1,3%, a 112,776 pontos, com volume de R$ 46,4 bilhões. No câmbio, a queda do dólar foi forte, de 2,5%, a R$ 5,6526, depois de bater R$ 5,81 ao longo do dia. No mercado de juro, na anti-véspera do Copom, continuam as apostas entre 0,5 e 0,75 ponto. Ao fim do ano não será surpresa se o juro básico fechar próximo a 6%.

Abaixe o App
Junte-se aos milhões de investidores que usam o app do Investing.com para ficar por dentro do mercado financeiro mundial!
Baixar Agora

Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.

Sair
Tem certeza de que deseja sair?
NãoSim
CancelarSim
Salvando Alterações