Por Que as Ações do Facebook Estão Despencando?

 | 31.01.2020 09:36

As ações do Facebook (NASDAQ:FB) sofreram uma reversão, depois de atingirem a máxima histórica de US$ 224,20 no dia 29 de janeiro, antes de a empresa divulgar seu balanço do quarto trimestre com o mercado fechado. Mas, em vez de disparar com os resultados, os papéis da empresa despencaram mais de 6% ontem.

A maior rede de mídias sociais do mundo apurou um lucro de US$ 2,56 por ação sobre uma receita de US$ 21,08 bilhões, superando as estimativas consensuais. A receita de US$ 21,1 bilhões, a maior que a empresa já registrou em um quarto trimestre, foi impulsionada por anúncios no Instagram e vídeos, saltando saudáveis 25% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Mas o diabo mora nos detalhes. Esse foi o mais lento crescimento em vendas trimestrais da história do Facebook, e as projeções futuras não foram tão animadoras, no momento em que a companhia enfrenta diversas investigações antitrustes e normas de privacidade mais restritivas ao redor do mundo.

Na teleconferência, o diretor financeiro do Facebook, David Wehner, declarou que o maior impacto dessas adversidades ainda estaria por vir, já que os resultados trimestrais ainda não refletem os efeitos de regras de privacidade como a Norma de Proteção Geral de Dados da Europa e a Lei de Privacidade do Consumidor da Califórnia.

“Nossa expectativa é que a taxa de crescimento da nossa receita total ano a ano, no primeiro trimestre, desacelere de dois a um dígito percentual, em comparação com a nossa taxa de crescimento no quarto trimestre”, advertiu Wehner. “Entre os fatores que provocaram essa desaceleração estão a maturidade dos nossos negócios, bem como o impacto cada vez maior de normas mundiais de privacidade e problemas relacionados a anúncios direcionados”.

Caiu, comprou?

Negociadas a US$ 209,53 no fechamento de ontem, as ações do Facebook se desvalorizaram mais de 6% em relação às máximas registradas antes do anúncio dos resultados. O papel havia disparado mais de 60% desde a mínima do final de 2018, já que a empresa continuou adicionando usuários à sua família de aplicativos, apesar de investigações e pedidos de reforma da sua plataforma, a fim de evitar a ocorrência de manipulação política, discursos de ódio e propaganda radical.