Por que brigar com o Fed não é uma boa ideia para os investidores?

 | 10.02.2023 12:41

Os investidores mais otimistas continuam enfrentando o Fed, na esperança de que haja uma mudança na política monetária dos EUA capaz de retomar o último “bull market”, que durou 12 anos. Mas, há mais de uma década, o mantra “não brigue com o Fed” é uma espécie de “chamado às armas” desses investidores.

“Com políticas de juro zero e a mais agressiva campanha monetária de que se tem notícia, os investidores alçaram os mercados financeiros a alturas raramente vistas na história da humanidade. Mesmo assim, apesar dos valuations recordes, da pandemia, dos alertas e das pressões inflacionárias, os espíritos animais foram alimentados por uma indisfarçável fé no Federal Reserve.

Evidentemente, trata-se apenas de um reflexo da crescente desilusão dos investidores que se aferram a dados que de alguma forma respaldam a noção de que desta vez será diferente.”

Não é de surpreender que, diante das maciças intervenções monetárias que provocaram uma desconexão entre a dinâmica do mercado e realidade econômica e dos fundamentos, os investidores otimistas não tenham medido esforços para buscar uma razão que justificasse os preços cada vez mais altos dos ativos. Como bem explicou David Einhorn:

“Os otimistas afirmam que as métricas tradicionais de valuation não mais se aplicam a determinadas ações. Quem está comprado tem a confiança de que todos os outros investidores dessas ações compreendem tal dinâmica e não vão vender o papel. Como os titulares relutam em vender, as ações só podem subir, aparentemente até o infinito e além. Já vimos isso antes”.

Evidentemente, em vista dos 43 trilhões em resgates e das intervenções do Federal Reserve, não me causa espanto que os investidores mais otimistas joguem às favas a cautela.